O Banco Central revelou nesta segunda-feira, 7 de agosto, o nome oficial da moeda digital do Brasil: Drex. A nova moeda digital, conhecida anteriormente como Real Digital, foi batizada como Drex, representando diversas características da ferramenta. A letra “D” significa digital, a letra “R” representa real, a letra “E” simboliza eletrônico, e o “X” evoca modernidade e conexão, também fazendo referência à última letra do Pix, sistema de transferência instantânea lançado em 2020.
O coordenador do Drex no Banco Central, Fabio Araujo, enfatizou a inovação por trás do nome e o progresso que ele representa para a família do Pix, um sistema que já conquistou grande sucesso desde o seu lançamento.
O Drex funcionará como uma espécie de “Pix dos serviços financeiros”, permitindo transferências instantâneas de ativos financeiros, semelhante ao Pix.
A moeda digital Drex é uma criação do Banco Central e a representação brasileira do Central Bank Digital Currency (CBDC). Esse novo nome abrange todo o projeto de desenvolvimento em curso no Banco Central.
A proposta do Drex, anteriormente conhecido como Real Digital, é oferecer um ambiente seguro e regulado para fomentar novos negócios e proporcionar acesso mais democrático aos benefícios da economia digital para cidadãos e empreendedores.
É importante destacar que o Drex é uma forma alternativa de representar a moeda real, mantendo a mesma paridade. Analogamente, assim como uma nota de R$ 1 tem o mesmo valor que um saldo em conta bancária, o Drex tem paridade com a moeda real.
O Banco Central já expressou sua intenção de continuar digitalizando a economia brasileira para aumentar a eficiência e a segurança. O desenvolvimento do Drex faz parte dessa iniciativa, incluindo a integração com o Open Finance e o Pix.
Fase de Testes Atualmente, a plataforma de desenvolvimento do Drex, chamada de Piloto RD, está em fase de testes. Esses testes envolvem transações simuladas, como emissão, negociação, transferência e resgate, e serão realizados com clientes fictícios. Essa fase de testes está programada para durar até março de 2024.
O Piloto RD é um ambiente colaborativo para testes e desenvolvimento baseado na tecnologia Distributed Ledger Technology (DLT), que envolve um registro distribuído para operações com o Real Digital. A plataforma escolhida para o piloto é a Hyperledger Besu, uma rede blockchain baseada no ecossistema Ethereum.
O desenvolvimento do CBDC nacional, conhecido como Drex, está focado em utilizar uma plataforma de registro distribuído que possibilite o registro de diversos tipos de ativos, seguindo a diretriz de um DLT multiativo, conforme explicou Fabio Araujo, do Banco Central.
Está previsto que o Drex (Real Digital) seja disponibilizado para testes pela população até o final de 2024, caso o projeto-piloto tenha sucesso.
O Banco Central planeja registrar três categorias de ativos:
Drex Digital: Voltado para o âmbito atacadista ou interbancário, representando a moeda do Banco Central, correspondendo às reservas bancárias ou contas de liquidação atuais.
Drex Tokenizado: Destinado ao varejo, consistindo em versões tokenizadas de depósitos bancários, ou seja, representações digitais do dinheiro mantido por indivíduos em bancos.
Títulos do Tesouro Direto: Permitirá a compra e venda de títulos públicos federais (TPF) tanto no mercado primário quanto no secundário.
Nomenclaturas Específicas
Embora o nome mais conhecido para a versão digital do dinheiro seja Drex (antigo Real Digital), o Banco Central optou por nomenclaturas específicas para diferenciar o funcionamento de cada ativo na nova plataforma digital em desenvolvimento.
Participantes do Piloto RD O Banco Central recebeu 36 propostas de interesse para participar do Piloto RD, incluindo candidaturas individuais e consórcios de entidades, totalizando mais de 100 instituições de diversos setores financeiros.
Inicialmente, o Comitê Executivo de Gestão (CEG) selecionou 14 empresas e consórcios, posteriormente acrescentando mais duas participantes: Caixa e Mercado Bitcoin.
Abaixo estão os participantes selecionados de acordo com as regras do regulamento do piloto:
- Bradesco, Nuclea e Setl
- Nubank
- Banco Inter, Microsoft e 7Comm
- Santander, Santander Asset Management, F1RST e Toro CTVM
- Itaú Unibanco
- Basa, TecBan, Pinbank, Dinamo, Cresol, Banco Arbi, Ntokens, Clear Sale, Foxbit, CPqD, AWS e Parfin
- Caixa, Elo e Microsoft
- SFCoop: Ailos, Cresol, Sicoob, Sicredi e Unicred
- XP, Visa
- Banco BV
- Banco BTG
- Banco ABC, Hamsa, LoopiPay e Microsoft
- Banco B3, B3 e B3 Digitas
- Consórcio ABBC: Banco Brasileiro de Crédito, Banco Ribeirão Preto, Banco Original, Banco ABC Brasil, Banco BS2 e Banco Seguro, ABBC, BBChain, Microsoft e BIP
- MBPay, Cerc, Sinqia, Mastercard e Banco Genial
- Banco do Brasil
Drex não é uma Criptomoeda
É importante esclarecer que o Drex não é uma criptomoeda. A distinção fundamental reside no fato de que a moeda virtual brasileira será completamente regulamentada e controlada pelo Banco Central, enquanto as criptomoedas operam em uma estrutura descentralizada.
O Drex (antigo Real Digital) será emitido da mesma forma que a moeda fiduciária convencional, mantendo-se sob regulamentação e supervisão governamental. Por outro lado, as criptomoedas não estão sujeitas à mesma fiscalização ou regulamentação no Brasil e muitas vezes permitem transações financeiras anônimas.
Enquanto as criptomoedas são frequentemente tratadas como ativos de investimento no mercado financeiro, o Drex, por ser uma moeda nacional, permitirá aos cidadãos realizar diversas transações financeiras, diferentemente das criptomoedas.