No acumulado dos sete primeiros meses deste ano, a importação de produtos com valor individual de até US$ 50 apresentou um aumento significativo de 11,4%, em comparação ao mesmo período do ano anterior. Essa tendência se traduziu em um total de 3,3 bilhões de itens importados, com destaque para a origem chinesa.
Os números fazem parte de uma pesquisa divulgada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) nesta sexta-feira (25). O estudo abrangeu mais de 10 mil tipos de bens de consumo de baixo valor, analisando a dinâmica das importações nesse segmento.
Dentre os achados mais notáveis da pesquisa, destaca-se o aumento de 38% na importação de produtos chineses durante esse período. Esse crescimento vertiginoso levou os produtos chineses a responderem por quase 40% do total de itens importados pelos consumidores brasileiros, totalizando cerca de 1,3 bilhão de unidades.
O Paraguai ocupa a segunda posição como país de origem das importações, contribuindo com aproximadamente 296 milhões de unidades, correspondendo a 8,9% do total.
Especialistas da CNC apontam que esse crescimento foi impulsionado pela valorização do real frente ao dólar e pelo peso substancial da carga tributária interna. O economista responsável pelo estudo, Fabio Bentes, ressalta que a discrepância nas alíquotas de impostos sobre o consumo entre o Brasil e outros países desempenhou um papel crucial na intensificação das importações de produtos de consumo.
Diante dessa conjuntura, a CNC enfatiza que esse padrão comercial pode comprometer a competitividade dos produtos nacionais. Como medida de correção, a confederação apela por uma harmonização tributária que considere as importações de bens de consumo de menor valor.
Uma mudança relevante também ocorreu em 1º de agosto, quando entrou em vigor a isenção federal para compras online de até US$ 50. Isso promete impactar ainda mais o cenário das importações e influenciar as escolhas dos consumidores no mercado de bens de consumo de baixo valor.
Da redação
Com O Tempo