O adiantamento do relógio em uma hora, conhecido como horário de verão, está suspenso por decreto desde 2019. Os níveis dos reservatórios estão altos mesmo no período seco, assegurando o fornecimento de energia. No entanto, a decisão final sobre a possível retomada do horário de verão não é responsabilidade do Ministério de Minas e Energia.
A área técnica do Ministério avalia que não é necessário reintroduzir o horário de verão em 2023. Eles baseiam essa avaliação na situação favorável dos reservatórios e na disponibilidade de fontes renováveis de energia, além de considerarem que as mudanças no comportamento de consumo ao longo do tempo tornaram a medida menos eficaz.
Segundo informações fornecidas pelo Operador Nacional do Setor Elétrico (ONS), os reservatórios das hidrelétricas nas regiões Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e Norte devem encerrar o mês com níveis superiores a 70%. O ONS enfatiza a importância desses resultados, uma vez que o período geralmente seco está se aproximando do seu término.
“É importante ressaltar que o período tipicamente seco está próximo do seu encerramento, o que torna os resultados de EAR [energia armazenada na forma de água nos reservatórios] mais relevantes”, diz o ONS.
Horário permanente desde 1985
O horário de verão foi instituído pela primeira vez em 1931, no governo de Getúlio Vargas. Mas só passou a ser adotado com constância a partir de 1985.
A medida foi criada para aproveitar a iluminação natural durante o verão, quando os dias são mais longos e as noites mais curtas. Dessa forma, há economia de energia e redução do risco de apagões.
Suspensão no governo Bolsonaro
Em 2019, durante a presidência de Jair Bolsonaro (PL), o horário de verão foi suspenso, uma medida que já estava sendo considerada no governo de Michel Temer (MDB).
Naquela época, o governo justificou a suspensão do adiantamento dos relógios em uma hora, argumentando que a prática havia perdido sua utilidade no contexto do setor elétrico. Isso se devia às mudanças nos padrões de consumo de energia e aos avanços tecnológicos que haviam alterado os horários de pico de consumo de energia.
É notável que a suspensão do horário de verão tenha persistido mesmo diante da crise hídrica de 2021. Naquele momento, o governo chegou a estudar a possibilidade de retomar a política e solicitou um parecer do Operador Nacional do Setor Elétrico (ONS).
Da Redação com G1