Nesta terça-feira (03), o dólar teve um forte aumento de 1,74% e fechou cotado a R$ 5,154, impulsionado pela persistência das apostas em juros mais altos nos Estados Unidos. Os rendimentos dos títulos americanos subiram após a divulgação de dados fortes de emprego no país, fortalecendo a moeda.
A escalada dos rendimentos dos títulos americanos também afetou os ativos de risco globais, levando a Bolsa brasileira (Ibovespa) a terminar o dia com uma queda significativa de 1,42%, atingindo 113.419 pontos.
Os rendimentos dos títulos americanos de longo prazo, chamados de “treasuries”, vêm subindo nas últimas semanas desde que o Fed indicou em setembro a possibilidade de aumentar os juros em 2023. Nesta terça-feira, os rendimentos dos treasuries subiram ainda mais, chegando a 4,79%, os maiores valores desde 2007.
Os dados de emprego nos EUA divulgados pelo Departamento do Trabalho apontam para um mercado de trabalho aquecido e reforçam as expectativas de que o Fed pode aumentar os juros em sua próxima reunião, marcada para novembro.
Quanto mais altos os juros nos EUA, mais atrativo o dólar se torna globalmente, já que as taxas elevadas tornam a renda fixa americana mais segura e preferida pelos investidores.
Outras moedas emergentes também estão sendo impactadas pela força do dólar, à medida que os investidores buscam oportunidades nos EUA devido à perspectiva de juros mais altos.
O índice DXY, que mede o desempenho do dólar em relação a outras moedas fortes, subiu 0,10% nesta terça-feira, atingindo seu maior nível desde novembro do ano passado.
No Brasil, os ativos locais também foram afetados pela alta dos títulos americanos, com investidores preferindo a renda fixa dos EUA. O Ibovespa registrou sucessivas baixas, com Petrobras e Vale liderando as quedas.
As “small caps”, empresas menores e mais ligadas à economia doméstica, foram especialmente pressionadas pela alta dos juros futuros no Brasil.
Empresas do setor financeiro, como B3, Itaú e Bradesco, também tiveram desempenho negativo no Ibovespa.
No entanto, algumas empresas, como a Natura, tiveram desempenho positivo após anunciar avaliações estratégicas para a rede de lojas The Body Shop, incluindo uma potencial venda.
As empresas de papel e celulose Suzano e Klabin também tiveram altas devido à valorização do dólar.
Da Redação com EM