Em meio a um cenário econômico ainda incerto, um número superior a 6,5 milhões de empresas brasileiras encerrou o mês de agosto com dívidas em atraso, representando um aumento de 5% em comparação com o mesmo período de 2022.
Esse é o maior registro já registrado na série histórica do indicador de inadimplência da Serasa Experian, que teve início em março de 2016.
A crise financeira afetou, principalmente, as micro e pequenas empresas (MPEs), que compreendem 5,8 milhões do total de empresas endividadas (ou seja, 89% do total).
Cleber Genero, vice-presidente de pequenas e médias empresas, destacou: “O contínuo aumento da inadimplência empresarial que estamos acompanhando pelo terceiro mês consecutivo reflete a difícil situação na qual os empreendedores se encontram devido ao cenário econômico desafiador que ainda persiste.”
O executivo explicou que as empresas de menor porte são mais suscetíveis à inadimplência, já que possuem menos fluxo de caixa e reservas financeiras limitadas para enfrentar situações de emergência.
Em agosto, 53% das micro e pequenas empresas inadimplentes estavam no setor de serviços, seguido por comércio (38,6%) e indústria (7,7%).
No total, foram registradas 39,9 milhões de dívidas em atraso, totalizando um valor de R$ 95,8 milhões. Em média, cada empresa inadimplente tinha aproximadamente sete contas em atraso.
A região com o maior número de CNPJs negativados foi o Sudeste (52,5%), com mais de 30% somente no estado de São Paulo, que lidera o ranking por estado. A região Norte teve a menor taxa de inadimplência (5,5%).
No cenário geral, mais de 6 milhões de empresas acumularam dívidas no valor de R$ 119 milhões. Mais da metade delas atuava no setor de serviços (54%), seguido pelo comércio (36,8%) e indústria (7,6%).
Da Redação com Folha