Lembra do álcool 70%? Protagonista na luta contra a Covid-19, o produto que chegou a ter preços exorbitantes e sumiu das prateleiras em 2020, agora se despede novamente. A partir de 30 de abril, a venda do álcool 70% líquido estará proibida em todo o Brasil, por decisão da Anvisa.
A razão para a proibição é a mesma que levou o produto a ser retirado do mercado em 2002: sua alta inflamabilidade, que gera um número significativo de acidentes, principalmente com o “fogo invisível”.
Vale ressaltar que a medida se aplica apenas ao álcool 70% líquido. O álcool 70% em gel, importante para a higiene das mãos, segue liberado para venda.
Consumo na pandemia e o retorno do álcool 70%:
Com a chegada da pandemia de Covid-19 e a necessidade de higienização constante, o álcool 70% voltou às prateleiras em 2020 como medida emergencial para conter o avanço do vírus. Sua eficácia na eliminação de microrganismos, vírus e bactérias o tornou essencial para a limpeza de ambientes e embalagens de alimentos, prática amplamente recomendada por infectologistas.
A Anvisa autorizou temporariamente a venda do produto, delimitando o prazo até dezembro de 2023.
Estoques e alternativas:
Farmácias e supermercados que ainda possuem o produto em estoque têm até o dia 30 de abril para vendê-lo. A partir de 1º de maio, o único álcool líquido comercializado será o de até 46%.
Por que a proibição? Riscos do “fogo invisível”:
A alta inflamabilidade do álcool 70% o torna perigoso, com diversos casos de queimaduras graves, muitas vezes causadas pelo “fogo invisível”. Essa chama, quase imperceptível aos olhos humanos, aumenta o risco de acidentes e dificulta o combate às chamas.
Um caso recente que sensibilizou o país foi a morte de uma criança de dois anos no interior de São Paulo. A vítima teve 90% do corpo queimado após o irmão, de cinco anos, confundir o álcool com água e jogá-lo na churrasqueira para “apagar” o fogo.
E, dado que a Covid-19 não é mais considerada uma emergência de saúde pública – o status máximo de alerta foi encerrado no Brasil em abril de 2022 pelo Ministério da Saúde e globalmente pela OMS em maio do ano passado –, não há mais razão para sua comercialização tão difundida.
Djhéssica Monteiro com informações da Agência Brasil