Em entrevista exclusiva para o SeteLagoas.com.br, o Monsenhor Adelino comentou a polêmica envolvendo as alterações no trânsito nas proximidades da Matriz de Santo Antônio, e relatou que recebeu um ofício na quinta-feira (15), da secretaria de Trânsito, comunicando que seria permitido aos veículos leves novamente trafegar pelo local. Porém, de acordo com o Padre, uma semana antes, ele se deparou com trabalhadores da secretaria de Obras, realizando serviços no local. “Fui surpreendido naquele momento. Perguntei quem seria o responsável pela equipe para que ele me explicasse o que estava acontecendo. Ninguém havia falado com a gente que haveria mudanças. Da mesma forma que fui convidado para uma reunião, em janeiro de 2008, para tratar do assunto da interdição da via lateral da catedral, gostaria de saber o que de fato estava acontecendo”, contou.
De acordo com Adelino, em janeiro de 2008, ele havia participado de reunião, com o então secretário de Trânsito, além do secretário de Obras e demais envolvidos, onde foi apresentado um laudo, pelos engenheiros e arquitetos do Ministério Público, que considerava crítica a situação da estrutura da Matriz de Santo Antônio, que no momento, estava com a base e os postes de sustentação vulneráveis, uma vez que a umidade havia apodrecido a aroeira.
A matriz passou por um longo período de reforma, ficando fechada durante 14 meses. Adelino comentou ainda, que durante as obras era perigoso demais. Enquanto havia operários a 6m de profundidade, fazendo os serviços da reforma, passavam no local ônibus e caminhões e tremia toda a estrutura. Após a decisão de que o trânsito seria interditado, o Monsenhor disse que foi informado que as mudanças demorariam a se concretizar, uma vez que as ações deviam ser pensadas como um todo, para não haver futuros problemas. “Por esse motivo questionei na missa se era os antigos responsáveis que estavam brincando ou se seriam os atuais. Como que na mesma administração acontecem coisas tão opostas? “.
O padre disse que a população foi quem custeou toda a obra de reparação e reforma da igreja, e portanto, não podia deixar de comentar a situação com os fiéis. “Sou representante da Paróquia e da comunidade, tinha que mostrar para eles que eu não concordava e não estava ciente do acontecido. Durante 14 meses a Matriz ficou fechada para obras, sendo que sempre tínhamos aqui no mínimo 8 trabalhadores. Foi feito um alicerce de alvenaria até chegar a parte que a madeira estava boa. Apesar das inúmeras despesas, em momento nenhum tivemos que interromper as obras pois a comunidade correspondeu e abraçou a causa.”
A secretaria de Trânsito enviou ao SeteLagoas.com.br um ofício esclarecendo as alterações que serão feitas na área. Conforme explicado, a determinação tem aval da Dra. Andréa Lana Mendes Novais, analista do Ministério e também da Arquiteta Urbanista do CREA. Em nota, caio disse que, desta forma, “tais medidas compõem as estratégias da SELTRANS no sentido de minimizar os transtornos causados com o fechamento de tal rua, sobrecarregando o tráfego nas ruas Dr. Pena, Fernando Pinto, Pça. Barão do Rio Branco, Rua Ilka França, com fortes reflexos nas ruas Senador Salgado Filho e Santa Helena”, disse.
Além disso, o secretário ainda anunciou, que dentro de pouco tempo o chamado “zebrado” que hoje está no chão da via, será substituído por elementos paisagísticos com estreitamento da pista e continuação do passeio; ações para permitir que os carros passem tranquilamente pelo local.
Em contato com a redação, Caio informou que a liberação do trânsito na área não é uma vontade dele, nem da secretaria, mas sim de um projeto apresentado e aprovado pelo Ministério Público. “Nós não fazemos as coisas por vontade própria. Estamos respaldados por um laudo de uma arquiteta, de uma profissional do Ministério Público”, afirma.
As intervenções, que ainda não tem prazo para serem finalizadas, estão avaliadas em R$40 mil e ainda não tem data para conclusão. “O Ministério entendeu que a passagem de carros menores será favorável para a melhora do trânsito do entorno, então nós vamos promover as mudanças dentro de pouco tempo”, conclui.
por Cíntia Rezende e Juliana Nunes