A toxicidade do alumínio é a principal limitação enfrentada pelos solos ácidos, que são aproximadamente metade das terras agricultáveis do mundo. Portanto, é um grande limitador para a expansão, com qualidade, da agricultura. Resultado recente de pesquisa desenvolvida em conjunto pela Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG) e por instituições dos Estados Unidos mostra evolução em relação à toxicidade deste elemento na cultura do milho.
De acordo com Cláudia Teixeira Guimarães, pesquisadora da Embrapa na área de genética molecular, “a novidade do trabalho foi demonstrar que a tolerância ao alumínio em milho foi associada com a presença de três cópias do gene MATE1. Adicionalmente, o estudo revelou que este gene, em triplicata, é um evento raro na espécie e está presente na linhagem de milho Cateto Al237/67, que foi desenvolvida pela Embrapa Milho e Sorgo e é considerada uma das principais fontes de tolerância ao alumínio”.
A região genômica que contém o MATE1 triplicado está sendo introduzida em linhagens do programa de melhoramento genético de milho da Embrapa. “Uma segunda etapa será testar as linhagens e os seus respectivos híbridos para avaliar o potencial produtivo sob diferentes condições de fertilidade de solo e de disponibilidade hídrica”, adianta Cláudia.
Os resultados estão sendo positivos. De acordo com os primeiros dados coletados, os híbridos de milho com a região genômica do MATE1 apresentaram mais estabilidade de produção de grãos em solos com altas taxas de alumínio. A produção foi semelhante à obtida em solo corrigido. Já os mesmos híbridos, porém sem a presença da região genômica, sofreram perda de produção de até 30%.
A expectativa, de acordo com Cláudia, é que as cultivares que possam ser geradas com a característica que está sendo trabalhada “apresentem uma melhor adaptabilidade em áreas degradadas ou mesmo aquelas que tenham o subsolo ácido, uma vez que as suas raízes poderão se aprofundar mais no perfil do solo, aumentando, inclusive, a tolerância a veranicos”.
Parcerias – O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) e a Universidade de Cornell, também daquele país, são os parceiros da Embrapa nas pesquisas. Os trabalhos feitos em conjunto, comenta a pesquisadora, têm gerado resultados de impacto na área de tolerância a alumínio nas culturas de milho e sorgo. A clonagem do gene de tolerância ao alumínio em sorgo, por exemplo, gerou uma patente da qual são titulares as três instituições.
Com informações de Ascom Embrapa