A morte de José Victor dos Santos Miranda, torcedor do Cruzeiro, em uma emboscada envolvendo torcidas organizadas, continua gerando repercussões. A família da vítima, natural de Sete Lagoas, ingressou com uma ação judicial contra o Palmeiras, buscando uma indenização por danos morais. Ao todo, foram movidas quatro ações judiciais no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), com indenizações que podem totalizar R$ 8,75 milhões.
O crime ocorreu em outubro deste ano, na rodovia Fernão Dias, quando um ônibus da torcida organizada Máfia Azul, do Cruzeiro, foi atacado por membros da Mancha Alvi Verde, principal torcida organizada do Palmeiras. José Victor não resistiu aos ferimentos e faleceu.
De acordo com o advogado Juliano Pereira Nepomuceno, que representa a família, o Palmeiras está sendo responsabilizado por omissão, já que a organizada é uma torcida ligada ao clube paulista. O advogado representa os familiares de Gabriela Anelli, torcedora do Flamengo, outra vítima de violência entre torcidas, morta em 2023 nas proximidades do Allianz Parque.
Os processos estão sendo analisados por juízes da 16ª Vara Cível do Foro Central. Em um deles, o juiz Felipe Poyares Miranda determinou que a petição inicial de uma das ações fosse direcionada à outra, uma vez que ambas tratam dos mesmos fatos e da mesma vítima. O processo que solicita a maior indenização, R$ 5,75 milhões, está entre os quatro que foram distribuídos para análise judicial.
Posição do Palmeiras
O Palmeiras, por sua vez, não comenta sobre processos judiciais. No entanto, fontes internas do clube demonstraram surpresa e revolta com as ações, alegando que não há relação direta entre o clube e o crime ocorrido em uma rodovia, em um dia sem jogos.
A Mancha Alviverde, principal suspeita pela emboscada, já protagonizou diversas ações violentas e está rompida com a atual gestão do Palmeiras. A presidente do clube, Leila Pereira, inclusive, obteve medida protetiva contra integrantes da organizada após ameaças.