A Bombril, uma das empresas mais conhecidas em todo o país como sinônimo de produtos para limpeza, pediu a recuperação judicial nesta semana. A fábrica do complexo em Sete Lagoas, com todo o seu maquinário, foi posto como garantia do pagamento das dívidas e continuará em funcionamento.
![Bombril unidade de Sete Lagoas / Foto: ri.bombril.com.br](https://setelagoas.com.br/wp-content/uploads/2016/09/bombril-1.jpg)
De acordo com a imprensa nacional, o pedido veio por conta de uma crise implementada, segundo o pedido, após a venda de parte das ações de filhos de Roberto Ferreira, fundador da Bombril, para o grupo italiano Cragnotti & Partners. Este novo controlador teriam feito ações que causaram prejuízos para a gigante da limpeza brasileira, com dívidas tributárias acumularam R$ 2,3 bilhões, feitas entre 1998 e 2001.
A Bombril apontou, em sua justificativa, que a dívida elevada e o risco de perder os processos judiciais que contestam o montante podem levar a companhia a ter uma “forte deterioração operacional, reduzindo a sua capacidade de pagamento de fornecedores, financiadores e levando à descontinuidade de relações comerciais e ao vencimento antecipado de dívidas”.
Se o processo de recuperação judicial for aceito, a companhia ganha proteção e tempo contra a execução de dívidas e garantias por parte dos credores. “Com a RJ, a companhia será capaz de manter a sua capacidade operacional e reestruturar adequadamente seu passivo, por meio de um processo célere e com o menor impacto possível aos direitos dos credores e às atividades operacionais”, afirma a empresa em nota, reproduzida pelo site Forbes.
Segundo o IstoÉ Dinheiro, a Bombril alega que as fábricas da empresa em São Bernardo do Campo (SP), Sete Lagoas e Abreu e Lima (PE), junto com suas máquinas, estão sendo usadas como garantia em processos judiciais e administrativos, impedindo que esses bens sejam usados como garantia para novos financiamentos e dificulta investimentos para manutenção e modernização da operação.
A companhia apontou que ‘já enfrenta dificuldades financeiras’ e precisa reservar parte de seu faturamento (mais de 0,5% da receita operacional líquida) para cumprir decisões judiciais. O balanço financeiro mais recente, de dezembro de 2023, aponta um sério risco sobre a capacidade da Bombril de continuar funcionando, já que possui dívidas que precisam ser renegociadas para alinhar os pagamentos à sua geração de caixa.
Imbróglio sobre gestão da empresa
Em meados de 2002, Ronaldo Sampaio Ferreira (um dos três herdeiros da Bombril, que não aceitou vender ações para a Cragnotti & Partners), acusou o veículo de investimento italiano de não realizar o pagamento de aquisição de ações da empresa e ajuizou execução perante a 10ª Vara Cível de São Paulo, para satisfação desse crédito, com apontou o IstoÉ Dinheiro. A gestão judicial assumiu a empresa até o encerramento do processo
Somente em 2006 que a 4ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) determinou o fim do regime excepcional. Foi quando Ronaldo Sampaio Ferreira, filho do fundador do Grupo Bombril, recuperou o controle das empresas da família. Nesse cenário os negócios do Grupo Bombril se estabeleceram como um grupo econômico plurissocietário, que conta com diversas sociedades, todas coordenadas e dirigidas a partir de políticas financeiras e empresariais únicas.
Atualmente, a estrutura de capital consiste na Bombril, que é dona da Bril Store, e também da Brilmaq, que por sua vez detém Bril Cosméticos e BB Logística.
com informações de Forbes e IstoÉ Dinheiro