A força de vontade e o amor pela natureza de cinco amigos está mudando, aos poucos, a realidade ambiental da Serra de Santa Helena. Criadores e mantenedores do projeto “S.O.S Serra Serra Santa Helena” eles iniciaram há aproximadamente dois anos o reflorestamento de áreas extremamente comprometidas pela ação do homem e do tempo. Marcelo França, Júlio Cezar Araújo Ferreira (Feijão), Carlos Cecílio (Colego), Giovane Abreu e Júlio César (Buchecha) querem conquistar muito mais, por isso qualquer tipo de apoio é bem-vindo. “Monitoramos cada muda que é plantada e a sensação de ver uma árvore crescer é muito boa. Este sentimento gratificante não tem preço”, conclui Júlio Cezar Feijão.

O projeto nasceu graças ao carinho especial que seus integrantes têm com a serra. Freqüentadores assíduos do local e praticantes de caminhadas e corridas, cada um deles convive constantemente com o ecossistema que compõe um dos principais pontos turísticos do município. “Quem vem diariamente na serra percebe claramente os sinais de degradação e é isto que temos que evitar. Temos que salvar toda esta beleza”, avalia Marcelo França.
O “S.O.S Serra Santa Helena” sempre foi tratado com muita dedicação e seriedade por isto o apoio da sociedade e de entidades como Instituto Estadual de Florestas (I.E.F) e Adesa chegou de forma natural. Atualmente todas as mudas plantadas são doadas pelo I.E.F e orientação técnica veio da engenheira agrônoma Erica Regina Carvalho, da Emater. “Não haveria sucesso se o trabalho fosse realizado sem uma orientação especializada. As mudas são plantadas seguindo padrões de distância, profundidade de cova e até de adubação adequada”, explica Marcelo França.
Já foram plantadas mais de 250 mudas de espécies nativas do cerrado e da mata atlântica, duas formações que se misturam na região do Parque da Cascata e também as margens da estrada que dá acesso ao topo do serra. Marcelo França revela que hoje o grupo conta com materiais específicos de plantio e poda, mas mesmo assim a tarefa é árdua. “No início compramos material, mudas e adubos com nosso dinheiro. Cotizávamos e gastávamos o dinheiro com o que desse prá comprar. Depois conseguimos apoios de alguns empresários e agricultores e conseguimos comprar até uma máquina para podar as árvores”, conta.

REFLEXOS – Os reflexos da perda de vegetação são imediatos. Júlio César Feijão explica que com a destruição das queimadas, das trilhas de motos e da poluição de materiais jogados pelos freqüentadores não é só a flora que perde, mas também a fauna. “Sem vegetação não existe fonte de alimento para os animais e eles desaparecem”, completa. Na serra é muito fácil identificar pontos críticos que há bem pouco tempo completavam a paisagem verde do local. “Não é exagero falar que a serra pede socorro”, avalia.
APOIO – O “S.O.S. Santa Helena” tem planos de expansão por isto seus membros acreditam que apoio de outras pessoas será fundamental. Quem pretende aderir ao movimento deve ter principalmente amor a natureza e a Serra de Santa Helena. “Precisamos agora é de quantidade, estamos no caminho certo e com mais pessoas prá ajudar no plantio, no monitoramento e até com novas idéias vamos fazer muito mais”, acredita Júlio Cezar Feijão. O projeto também não descarta a ajuda através de doações de adubo ou ferramentas. Os interessados podem procurar Marcelo França na rua Sebastião Mascarenhas, 175, fone 3771-0606.

GUARDA AMBIENTAL– Toda a área da Serra de Santa Helena constitui uma Área de Proteção Ambiental (APA) definida através de Lei Municipal. Infelizmente, o desrespeito impera. Visitas descontroladas, queimadas criminosas, trilhas de motoqueiros, ocupação desordenada, caça predatória e o desmatamento podem ser citados com os principais fatores de destruição do ambiente. Por isto, o “S.O.S Serra de Santa Helena” defende a criação de uma guarda ambiental destinada a garantir a preservação do ecossistema. “Isto seria fundamental para coibir muita maldade que estão fazendo aqui e certamente o investimento do poder público seria muito pequeno”, conclui Marcelo França.
por Renato Alexandre