
O desempregado Clélio Cândido Teixeira, 57, que mora de favor há quatro anos na casa de um parente, espera que desta vez consiga realizar o sonho de ter uma casa própria. Segundo ele, vive de bicos e se desdobra para sustentar outros três integrantes da sua família. “Ter residência própria é sinônimo de liberdade e privacidade. Estou a mais de duas horas na fila para fazer o cadastro. Passei a vida morando de aluguel ou favor. Chegou a minha vez de ter uma oportunidade de melhorar de vida”, considera.
Da mesma forma a dona-de-casa Maria da Conceição dos Santos, 57, esperava ansiosa sua vez para entregar o formulário já preenchido. Moradora de um acanhado barracão na periferia de Sete Lagoas, espera ter a ficha aprovada para, enfim, sair do aluguel juntamente com a família que é composta de seis pessoas. “É preciso esperar, é preciso ter confiança”, resume. O “Minha Casa Minha Vida” vai viabilizar a construção de um milhão de moradias para famílias com renda de até 10 salários mínimos, em parceria com estados, municípios e iniciativa privada.
O cadastro para quem recebe até três salários mínimos pode ser feito na Secretaria de Justiça Social. O cidadão que recebe mais que três salários, pode ir direto a uma agência da Caixa Econômica Federal e procurar o setor responsável. De acordo com a secretária da pasta, Léa Lúcia Cecília Braga, famílias interessadas podem se dirigir até o local de inscrição, que fica na Rua Leopoldina, Bairro do Carmo, até esta sexta-feira, às 17 horas.
Questionado sobre o número de residências a serem destinadas para Sete Lagoas, o prefeito Mário Márcio Campolina Paiva (PSBD), o Maroca, afirmou que a quantidade de imóveis para o município será definido pela Caixa Econômica Federal, que ainda não o fez. Conforme apurou a reportagem, cerca de 1.500 famílias devem ser beneficiadas. “No momento estamos avaliando os possíveis locais para construção. Já averiguamos as seguintes regiões: Belo Vale, Nova Cidade e até mesmo Cidade de Deus”, conta.