O acometimento por alguma doença afeta não só a pessoa doente, mas aquelas próximas como parentes e amigos. A depender da gravidade da doença, a pessoa acometida pode necessitar de um cuidador durante boa parte do dia e até mesmo em tempo integral, o que exige esforço físico e mental desse responsável. Mas fica a pergunta: quem poderá cuidar do cuidador?
Em abril deste ano veiculou-se uma matéria contando a história de vida do jovem Andrés, morador de Sete Lagoas que enfrenta uma batalha contra o câncer assim como sua mãe enfrentou (relembre aqui). Atualmente Andrés recebe cuidados paliativos em casa após receber o diagnóstico de um câncer incurável. Partiu do próprio jovem, com incentivo de sua tia e cuidadora Gina Paola, criar o “Projeto Lopez – Cuidando de Quem Cuida”. O projeto se encontra na fase de buscar voluntários para viabilizar sua atuação. Entenda a seguir a motivação e os objetivos deste nobre propósito.
Ser cuidador afeta o lado emocional, físico, financeiro e social, já que é necessário fazer malabarismos para assumir a função e conciliar outras responsabilidades importantes como família, trabalho, amigos.
“Depois de ficar quase 6 meses acompanhando meu filho no Hospital da Baleia (Belo Horizonte/MG) convivendo com crianças que lutam contra vários tipos de câncer, pude identificar alguns sinais de estresse que os acompanhantes manifestavam no decorrer dos dias e que deixavam meu filho tremendamente preocupado, triste e choroso pois se sentia impotente”, relata Gina Paola.
“É vital que os cuidadores tenham a oportunidade de se cuidarem física e emocionalmente para não se tornarem pacientes ocultos e esquecidos”, complementa. Gina ressalta também que o equilibro emocional e a boa saúde física do cuidador será refletida nos pacientes assistidos por eles.
Dessa preocupação nasce o Projeto Lopez idealizado por Andrés com a missão de promover um modelo de suporte para cuidadores no qual eles sejam tratados com amor, empatia e consideração. O Projeto pretende trabalhar com dois eixos de ação:
Voluntariado de triplo alcance
1 – Cuidadores diferenciados: Serão cuidadores “secundários” ou temporários que acompanhem no hospital crianças ou doentes em geral enquanto o cuidador “primário” ou principal é resgatado para receber o cuidado “te quero gata”. Estes cuidadores serão capacitados em temáticas humanitárias, técnicas de clown, entre outros, procurando assim mudar a atmosfera triste e maçante do hospital.
2 – Cuidadores “gatos”: Profissionais de diferentes áreas que assistirão aos cuidadores primários, devolvendo a eles um pouco da autoestima que aos poucos vai se perdendo:
Manicures, Design de sobrancelhas, Dentistas, Hotéis, Massagistas, Etc.
3 – Resgate de irmãos ou filhos em condição de abandono emocional, físico: Sabemos que ser cuidador primário implica largar tudo para se entregar inteiramente ao doente. Isso incluiu filhos ou irmãos pequenos que ficam com familiares ou vizinhos até o responsável voltar para casa. O objetivo nesse tópico é buscar parcerias para organizar passeios ou realização de sonhos para este público esquecido.
Saúde emocional
– Acompanhamento frequente com psicólogos;
– Acompanhamento espiritual;
– Rede de apoio com pessoas que vivenciam contextos parecidos.
Se sentiu tocado, entende que pode ajudar e quer contribuir com o Projeto Lopez? Basta entrar em contato através do WhatsApp (31) 9 9930 0193 ou no Instagram @andresprojetolopez.
Da Redação com Projeto Lopez