O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (IPEAD), registrou uma inflação de 7,52% em Belo Horizonte em 2024. Esse resultado coloca a capital mineira acima da média nacional, que acumula 4,87% nos últimos 12 meses (exceto dezembro de 2024, cujo dado será divulgado na próxima sexta-feira).
O grupo de alimentação foi o principal responsável pela alta, com crescimento de 10,26%. Dentro desse grupo, a alimentação fora da residência subiu 11,23%, influenciada por refeições em restaurantes (+10,94%) e bebidas em bares e restaurantes (+14,13%). A alimentação na residência aumentou 9,52%, sendo que o único item sem alta foram os alimentos in natura, enquanto as carnes dispararam 14,19%.
Os produtos não alimentares subiram 6,95%, com destaque para habitação (+7,9%), puxada por encargos e manutenção (+10,62%). Entre os produtos administrados, a gasolina foi o principal responsável pela alta de 7,8%. No grupo de gastos pessoais (+6,26%), saúde e cuidados pessoais (+3,96%) e despesas pessoais (+7,64%) foram os principais vilões, enquanto o vestuário teve queda de 1,05%.
Dezembro registra alta de 0,49% no IPCA
Em dezembro de 2024, a inflação em Belo Horizonte ficou em 0,49%, superando novembro (0,22%), mas abaixo do mesmo mês em 2023 (0,77%).
A alimentação foi novamente o destaque, com alta de 1,44%, puxada pelo aumento de 2,47% na alimentação fora da residência. Bebidas em bares e restaurantes subiram 5,49%, e refeições em restaurantes, 2,17%. A alimentação na residência teve alta de 0,66%, destacando-se a batata inglesa (-28,91%) entre os alimentos in natura, que ajudaram a conter a inflação.
Os produtos não alimentares cresceram abaixo da média, com destaque para a queda de 0,08% nos produtos não administrados, como energia elétrica e gasolina. Entre os itens com maior alta no mês, destacam-se passagens aéreas (+27,95%) e serviços de táxi (+15,6%).
Impacto para famílias de menor renda
O Índice de Preços ao Consumidor Restrito (IPCR), que mede o impacto da inflação para famílias com renda de até 5 salários mínimos, registrou alta de 7,34% em 2024, abaixo do IPCA da capital. A alimentação foi o principal fator (+9,63%), com destaque para alimentação fora da residência (+12,14%) e na residência (+8,37%).
Os produtos não alimentares subiram 6,67%, sendo habitação (+8,04%) e produtos administrados (+8,49%) os principais responsáveis. Em dezembro, o IPCR teve alta de 0,27%, com alimentação subindo 0,88% e produtos não alimentares, 0,09%. Entre os itens que ajudaram a reduzir o índice, destacam-se batata inglesa (-0,13%), tarifa de energia elétrica residencial (-0,12%) e antibióticos (-0,05%).
Perspectivas para 2025
Diogo Oliveira Santos, consultor econômico do IPEAD, apontou fatores que podem influenciar a inflação em 2025. Chuvas mais regulares podem reduzir custos de energia elétrica e alimentos, como o café, que teve alta de 60% em 2024.
Por outro lado, um real desvalorizado frente ao dólar e possíveis tarifas comerciais nos Estados Unidos, com a chegada de Donald Trump à presidência, podem pressionar os preços. Além disso, um crescimento econômico mais lento em 2025, devido a ajustes nas políticas monetária e fiscal, pode conter a inflação, mas impactará negativamente o emprego e os salários.
Da Redação com informações do EM.COM.BR/IA