Minas Gerais confirmou a primeira morte por febre amarela em 2025. A informação foi divulgada pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) nesta terça-feira (4 de fevereiro). O estado está em alerta para o aumento da transmissão da doença infecciosa febril aguda, transmitida pela picada de mosquitos. A primeira morte em 2024 foi registrada em abril, enquanto neste ano ocorreu já em fevereiro. Minas é o segundo estado a confirmar óbito pela doença em 2025, após São Paulo.
![Mosquito transmissor da Febre Amarela / Foto: www2.ovale.com.br](https://setelagoas.com.br/wp-content/uploads/2018/01/mosquito-febre-edit.jpg)
A morte foi registrada em Extrema, no Sul de Minas. O paciente, morador de Bragança Paulista (SP), deslocava-se diariamente para a cidade mineira. A SES-MG investiga o local provável da contaminação.
Além do óbito, um caso positivo de febre amarela em primata não humano (PNH) foi confirmado no município de Toledo, também no Sul de Minas.
Especialista alerta para baixa cobertura vacinal
O infectologista Leandro Curi considera a situação “assustadora”, uma vez que a febre amarela possui vacina disponível. Ele ressalta que a cobertura vacinal em Minas está abaixo do ideal, o que aumenta o risco de propagação da doença. “Com pelo menos 95% da população vacinada, a transmissão seria reduzida”, afirmou.
O médico reforça a importância da prevenção. Além da vacina, ele recomenda o uso de repelentes e roupas de manga longa ao frequentar áreas de mata. “Infelizmente, muitas pessoas só se preocupam com a doença após casos graves ou mortes”, destacou.
Curi lembra que a febre amarela é grave e pode ser fatal para qualquer pessoa, independentemente da idade ou de comorbidades. Ele alerta ainda para o aumento de casos de outras doenças transmitidas por mosquitos, como dengue e zika.
Formas de transmissão
A febre amarela possui dois ciclos de transmissão:
- Silvestre: transmitida por mosquitos Haemagogus e Sabethes, que infectam macacos e humanos.
- Urbano: transmitida pelo Aedes aegypti, o mesmo transmissor da dengue. O último caso urbano no Brasil foi registrado em 1942.
Ministério da Saúde alerta para aumento de casos
O Ministério da Saúde emitiu um alerta sobre o aumento da transmissão da febre amarela em Minas Gerais, São Paulo, Roraima e Tocantins. O período sazonal da doença vai de dezembro a maio, e as autoridades recomendam intensificação das ações de vigilância e imunização nas áreas de risco.
São Paulo concentra a maior parte dos casos neste início de 2025. O Ministério ampliou o envio de vacinas ao estado, totalizando dois milhões de doses até fevereiro.
Vacinação é a principal forma de prevenção
A vacina contra febre amarela é gratuita no Sistema Único de Saúde (SUS). Desde 2017, uma única dose é suficiente para proteção vitalícia, conforme orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Atualmente, a cobertura vacinal em Minas é de 86,30%, abaixo da meta de 95%. O Ministério da Saúde afirma que os estoques estão regulares e que os estados são responsáveis pela distribuição das doses.
Especialistas recomendam que adultos que nunca se vacinaram recebam uma dose única. Para crianças, o calendário nacional prevê a imunização aos 9 meses e um reforço aos 4 anos. Em alguns casos, uma segunda dose pode ser indicada para reforçar a proteção ao longo do tempo.
Monitoramento e ações de prevenção
Minas Gerais é classificada como Área com Recomendação de Vacina (ACRV) desde 2008. O estado segue o protocolo do Ministério da Saúde, e a vacina está disponível em todas as unidades de saúde com serviço de imunização.
A Prefeitura de Belo Horizonte mantém vigilância epidemiológica e ambiental da febre amarela durante todo o ano. Além da imunização, realiza monitoramento de primatas, que servem como indicadores da circulação do vírus. Apesar de adoecerem, os macacos não transmitem a doença diretamente aos humanos.
Da Redação com O Tempo