Luiz Menezes possui um acervo de 3 mil pedras e fez questão de levar uma albita para mostrar um pouco das riquezas minerais do Estado. Já o carioca Paulo Roberto Amorim, que vive em Belo Horizonte há 12 anos, trouxe uma pedra quartzo em matriz. Para ele, o momento é oportuno para abrir as perspectivas de conhecer melhor os produtos artesanais. “Assim poderemos difundir a mineralogia”, acrescenta.
A curadoria ficou sob a responsabilidade do geólogo Jorge Raggi. Segundo ele, infelizmente, o setor é visto por muitos como supérfluo. “Se temos tributos incentivados para exportação, não os temos ainda no mercado interno para criar Arranjos Produtivos Locais (APLs), que permitem formar os lotes de exportação”. Ainda de acordo com o geólogo, se não estruturarmos o mercado interno, como outros países fizeram, não conseguiremos avançar.

O Polo de Excelência Mineral e Metalúrgico e o Centro Minas Design (CMD), por meio da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sectes), participam da 6ª edição do evento. Na opinião do gerente-executivo do Polo, Renato Ciminelli, trazer a Ciência, Tecnologia e Inovação é importante para valorizar e fortalecer os artesãos.
De acordo com Ciminelli, a Sectes apóia o artesanato e tem uma série de iniciativas consolidadas na área. Ele destaca a criação do Centro de Tecnologia para Produção Artesanal (CTPA), na Universidade Federal de São João Del Rey (UFSJ); o desenvolvimento de um projeto de melhoria das condições de queima das cerâmicas no Vale do Jequitinhonha e Mucuri e o projeto de tecnologia para estruturação do Polo de Cerâmica Artística em Salinas, Norte de Minas. “O Polo de Excelência Mineral e Metalúrgico vê a produção artesanal como instrumento de resgate cultural e geração de trabalho e renda”, finaliza.
O CMD apresentou o projeto “Da Gema”- Inserção do Design nos Arranjos Produtivos Locais (APL’s) de Araçuaí, Belo Horizonte, Coronel Murta e Teófilo Otoni, com o objetivo de ampliar a estratégia competitiva de produtos de micro e pequenas empresas do setor de gemas e jóias, pela inovação de aspectos associados ao processo de design. A ação atendeu a 20 empresas e gerou 22 produtos, que carregam as identidades regionais de origem.
Para a gestora do CMD, Enil Brescia, o trabalho do design, principalmente o realizado no Vale do Jequitinhonha, possibilitou o aproveitamento de resíduos e a renovação criativa dos produtos locais. “Mostrar este projeto é de altíssima importância para a valorização do trabalho do Governo com o design, além de apresentar para um mercado consumidor a atuação do design como agente de mudança e de uma construção de novas realidades”, afirma. A Galeria de Arte da Assembléia fica na rua Rodrigues Caldas, 30 – Santo Agostinho – Belo Horizonte. O horário de funcionamento é das 8h às 18h.