Dividido em duas categorias, a do Prêmio Cultural, Social e Científico teve dois vencedores. A brasileira Associação Vagalume, que promove o desenvolvimento educativo e cultural em comunidades rurais da Amazônia Legal, e a representação da República Dominicana da instituição Fé e Alegria, que realiza programas e ações de educação popular, vão repartir os US$ 100 mil destinados a essa premiação. Na categoria Prêmio Economia e Finanças, vai ganhar US$ 100 mil a entidade venezuelana Ação Internacional, cuja missão é oferecer instrumentos financeiros a homens e mulheres que iniciam seu próprio negócio.
De acordo com Iglesias, a comissão julgadora decidiu salientar a educação, “que é base fundamental do desenvolvimento econômico, social e político”, para selecionar as instituições vencedoras do Prêmio Cultural, Social e Científico. Na categoria Economia e Finanças, foi ressaltada a importância do microcrédito para a distinção. “O BID é pioneiro nessa área, da economia social”, justificou o secretário-geral da Segib.
Internacionalização
Agradecendo a deferência do BID em eleger Minas Gerais para sediar a reunião da comissão julgadora do Prêmio JK, o vice-governador Antonio Augusto Anastasia destacou o processo de internacionalização do Estado, promovido pelo Governo de Minas desde 2003, quando, recém-eleito, o governador Aécio Neves começou a restabelecer entendimentos com as direções do Banco Mundial (Bird) e do BID. Já em 2006, o Governo do Estado assinou contrato de financiamento com o Bird, o que não ocorria há dez anos.
Os resultados do processo de internacionalização são os empréstimos, a cooperação técnica e a credibilidade de Minas para atrair investimentos, além de o Estado ter sediado, em 2006, a 47ª Reunião Anual da Assembléia de Governadores do BID. Com esse esforço, o Governo estadual “reabriu Minas para o mundo”, conforme avalia o vice-governador. Atualmente, o BID tem assegurados US$ 560 milhões para investimentos em Minas Gerais para 2009/2010. Desse montante, US$ 215 milhões serão para projetos de eletrificação em Unaí e nas áreas de turismo, infra-estrutura e aperfeiçoamento do modelo de gestão.
Honra
O vice-governador definiu como “uma grande honra” para Minas Gerais receber a comissão julgadora do Prêmio JK, formada por personalidades de destaque mundial e presidida pelo presidente do BID, Luiz Alberto Moreno. A comissão ficou reunida na sede do BDMG, durante o sábado (25) e manhã de domingo (26) para julgar as 144 instituições de 22 países que concorreram ao prêmio. De acordo com Anastasia, a premiação em Brasília, em data ainda a ser definida, é significativa: “Brasília foi pensada e criada por Juscelino Kubitschek, ex-prefeito de Belo Horizonte, ex-governador de Minas e ex-presidente do Brasil”.
O nome do prêmio é uma homenagem do BID a Juscelino Kubitschek que, então presidente, idealizou a criação de uma instituição multilateral de desenvolvimento para a América Latina e Caribe. Suas diligências pela integração do continente americano resultaram na criação do BID, em 1959. O Prêmio JK, que será concedido a cada dois anos, tem o objetivo de reconhecer instituições que contribuíram expressivamente com o desenvolvimento social e econômico da América Latina e do Caribe.
A reunião, seguida da solenidade, contou com a presença do secretário geral da Segib, Enrique Iglesias; do embaixador da Argentina nos Estados Unidos e assessor da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Octavio Bordón; do ex-presidente de El Salvador Francisco Guilhermo Flores Perez; do ex-presidente do Equador Osvaldo Hurtado Larrea; do ex-presidente do Chile Ricardo Lagos Escobar; da ex-primeira ministra de Barbados, Billie Antoinette Miller; do presidente-executivo do Banco JBIC, Hiroshi Watanabe (todos membros da comissão julgadora); além do diretor-executivo do BID no Brasil, José Carlos Miranda; e, do secretário do BID, Juan Notaro.