A volta às aulas presenciais das faculdades, únicas instituições de ensino que ainda não foram autorizadas a receber os estudantes em Belo Horizonte, deve acontecer somente com os alunos vacinados contra a Covid-19. Até a primeira semana de setembro, toda a população de 18 a 27 anos – principal faixa etária do público universitário – estará imunizada na capital.
A retomada, porém, ainda depende do Matriciamento de Risco (MR), índice utilizado pelo Executivo para determinar mudanças na rotina da cidade. Na casa dos 89% atualmente, o MR precisa alcançar 91% para que o aprendizado nas salas de aula seja liberado.
“Esperamos voltar com o ensino superior em setembro, com os professores todos vacinados, os pais dos alunos plenamente imunizados. Claro que vai depender dos números e da variante Delta”, avaliou o infectologista Unaí Tupinambás, membro do Comitê de Enfrentamento à Pandemia de BH.
Diante da possibilidade de retorno, as instituições já estão se movimentando. Nas Faculdades Kennedy e Promove, os espaços estão sendo remanejados dentro do protocolo estabelecido pela administração municipal. Além do distanciamento de 2 metros, haverá um revezamento entre os estudantes duas vezes por semana.
Outra iniciativa foi a implementação de um sistema de transmissão simultânea, com o objetivo de que quem ficar em casa possa acompanhar as mesmas atividades dos que estão presentes.
Até 4 de setembro, todos os jovens de 18 a 27 anos estarão vacinados em BH, segundo a prefeitura
“Estamos preparando as salas para as aulas híbridas. Muitos alunos estão inseguros mesmo com a vacinação. Fizemos pesquisas e muitos optaram por ficar com as atividades remotas”, explicou a diretora administrativa das faculdades, Rosemary Melo.
Enem
Marcado para novembro, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) poderá ser aplicado em um momento de mais segurança aos[/TEXTO] candidatos. Isso porque os adolescentes, principais participantes da prova, deverão ser vacinados contra a Covid-19 também no mês que vem. Além disso, há a perspectiva que eles façam os testes já com as duas doses.
Conforme o secretário de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti, o intervalo entre as aplicações da vacina da Pfizer, único produto autorizado pelo Ministério da Saúde a ser administrado nesse grupo, poderá ser de três a quatro semanas a partir de setembro – atualmente, quem recebe a primeira injeção só pode completar o ciclo depois de 90 dias.
Para Giovana de Araújo, de 17 anos, que planeja cursar Medicina, estar protegida no dia do teste representa um grande alívio. Porém, ela continua preocupada com as medidas de segurança para evitar a infecção. “Ficamos em uma sala fechada por mais de 4 horas, as pessoas tiram a máscara para comer”, argumentou.
Além disso:
Em meio à proximidade de retorno das aulas, os alertas para que os cuidados sejam mantidos devem seguir. Mesmo as pessoas vacinadas com as duas doses contra a Covid-19 podem ser infectadas pela variante Delta do coronavírus. Além da cepa ser duas vezes mais transmissível, já há circulação comunitária da mutação em Minas.
“Estamos entrando em uma nova fase da pandemia da Covid-19. Se, por um lado, temos a vacinação avançando, por outro lado, existe o cansaço da população e essa variante, que, inclusive, pode contaminar pessoas que já foram plenamente imunizadas. Vejam o exemplo de Israel, Reino Unido e EUA. Houve um aumento assustador de casos”, alerta o infectologista Unaí Tupinambás.
A variante é apontada como responsável pelo aumento dos casos da Covid em vários países. No território mineiro, 12 casos foram confirmados, sendo que nove notificações ocorreram por transmissão comunitária. Há ainda mais oito registros em investigação.
Com Hoje em Dia