O estado de saúde de Maria Isabel Salomé, de 88 anos, era grave. Internada sob cuidados intensivos desde 17 de março, a idosa, que sofre de problemas pulmonares, não respondia às medidas clínicas e pouco interagia com os profissionais de saúde, o que dificultava ainda mais o cenário. Contudo, tudo mudou após ela rever o cãozinho de estimação, um Yorkshire, de 3 anos, chamado Didico.
As visitas do animal fizeram com que Maria Isabel, internada no Hospital Vera Cruz, em Belo Horizonte, ficasse mais ativa e responsiva, fatores fundamentais para a recuperação. Em 20 de abril, ela deixou o Centro de Terapia Intensivo (CTI) e foi para o quarto. “A visita do cachorro foi um divisor de águas no tratamento”, diz Bruna Pereira Bicalho, especialista em Clínica Médica e Terapia Intensiva. Veja o vídeo:
Idosa que estava em estado grave e não responsiva a tratamento, deixa hospital após visita de cãozinho de estimação pic.twitter.com/1mACaN1Wy1
— Sete Lagoas.com.br (@SeteLagoas) April 29, 2023
“Ela passou a ficar mais acordada, começou a responder o que era perguntado, ficou mais cooperativa para mobilização. Ela se tornou uma paciente mais ativa nas terapias de reabilitação e, por isso, conseguimos avançar”, prossegue.
A ideia de levar o cão para o hospital surgiu após a idosa demonstrar interesse sempre que falavam sobre Didico. “A família chegava para visitá-la e ela fechava os olhos, não queria conversar. Foi então que cogitamos a possibilidade dela receber a visita do cão”, lembra Roberto Lucas Salomé Ferreira, neto da paciente.
Segundo a médica Bruna Pereira Bicalho, “a primeira vez que a idosa interagiu de forma mais enfática foi quando a equipe médica perguntou se queria receber a visita do cachorro”. Em seguida, foi programada a primeira visita.
“O vínculo de minha avó com seu cachorro é lindo. Ele é extremamente carinhoso com ela. Foi uma cena emocionante que todos nós presenciamos no hospital. Percebemos que o semblante dela mudou na hora que ele chegou”, comenta o neto da paciente.
A médica ressalta ainda que, no final de semana, a paciente pediu para ver o cachorro novamente. Foi organizada uma segunda visita e, quando Didico chegou, ela já estava sentada na poltrona, colocou-o no colo e interagiu mais.
“Nós que trabalhamos no CTI sabemos que têm pacientes que esperam certas visitas e, assim que elas chegam, há um impacto na melhora. Neste caso específico, percebemos que o cãozinho fez um milagre na vida dela”, assegura.
Segundo Bruna, o pet é um plus na terapia de reconexão do paciente. “Sabemos que mente e corpo têm que estar em sintonia. Às vezes, o corpo do paciente tem melhora no tratamento, mas a mente ainda está muito abatida. Por isso, o pet ajuda na ligação da mente com o corpo e a reabilitação começa a avançar”, explica.
Visitas de animais
O Hospital Vera Cruz mantém um protocolo institucional para visitas de animais, que são acompanhadas pela equipe da Comissão de Infecção Hospitalar, com regras bem rígidas. “Para que o pet entrasse no hospital, foi exigido um laudo feito pelo veterinário atestando a saúde do animal, a apresentação do cartão de vacina em dias e um banho. Além disso, ele entrou no Hospital dentro da casinha de transporte”, conta o neto da paciente.
Da Redação com OTempo