O Irã pode fechar o Estreito de Ormuz, uma das rotas mais importantes para o comércio mundial de petróleo, caso o conflito com Israel se intensifique. O estreito é responsável pelo transporte de cerca de 20% do petróleo consumido no mundo.
O Estreito de Ormuz liga o Golfo Pérsico ao Golfo de Omã e é crucial para o transporte de aproximadamente 21 milhões de barris de petróleo diariamente, conforme a Agência de Energia dos Estados Unidos (EIA). A região é estratégica para o abastecimento global, e qualquer instabilidade no Oriente Médio coloca o estreito em evidência nas discussões sobre energia.
O ponto mais estreito do canal, onde os navios navegam, tem pouco mais de 3 quilômetros de largura, apesar de o estreito total medir 33 quilômetros. Esse pequeno espaço é suficiente para que o fechamento do estreito, em caso de retaliação do Irã, cause grandes preocupações nas maiores economias do mundo.
Dos 21 milhões de barris transportados diariamente pelo Estreito de Ormuz, 15 milhões são destinados à Europa, além de Japão, Coreia do Sul, Arábia Saudita e Estados Unidos. China e Índia também dependem significativamente desse petróleo.
Alternativas limitadas ao Estreito de Ormuz
Segundo a EIA, poucas opções existem para substituir o papel do Estreito de Ormuz no transporte de petróleo. Apenas a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos possuem oleodutos que podem escoar parte do petróleo, mas juntos eles conseguem transportar menos de 10 milhões de barris por dia, o que não seria suficiente para atender à demanda global.
Em abril de 2024, o comandante da Marinha do Irã, Ali Reza Tangsiri, declarou que o país tem a capacidade de fechar o estreito, mas que até o momento optou por não fazê-lo. Contudo, Tangsiri afirmou que essa política poderia ser revisada se o Irã fosse pressionado por seus adversários.
O fechamento do Estreito de Ormuz teria um impacto profundo no mercado de energia, afetando principalmente Europa, Estados Unidos e os grandes consumidores asiáticos.