Uma aeronave da família Legacy, fabricada pela renomada empresa aeroespacial brasileira Embraer, encontra-se no centro de uma trágica queda na Rússia. O avião transportava a bordo Yevgeny Prigozhin, o fundador do grupo de mercenários conhecido como Wagner. As autoridades locais confirmaram que não houve sobreviventes entre as 10 pessoas a bordo.
O modelo exato da aeronave era um membro da família Legacy, com o número de série RA-02795, e este desastre ocorreu na cidade russa de Tver. Os detalhes sobre o ponto de partida da aeronave permanecem obscuros, já que os registros de rastreamento do FlightRadar24 não estão acessíveis. No entanto, foi observado que a aeronave subiu para uma altitude considerável antes de cair repentinamente.
Esta aeronave em questão está registrada sob a empresa Autolex Transport, que tem vínculos associados a Yevgeny Prigozhin, conforme informações do governo dos Estados Unidos. Os registros de voo revelaram que a aeronave realizou várias viagens entre Moscou e São Petersburgo nos últimos meses, e também foi mencionada em meios de comunicação locais na Bielorrússia, onde se especula que o grupo Wagner possa ter uma base.
Os dados do site PlaneSpotters, uma fonte de informações sobre aeronaves, indicam que o avião de Prigozhim foi fabricado há 16 anos em São José dos Campos, interior do Estado de São Paulo, onde a sede da Embraer está localizada.
A Embraer, uma empresa que tem sido um ícone da aviação brasileira, enfrentou altos e baixos ao longo de sua história. Fundada em 1969 durante a ditadura militar, a empresa passou por privatização em 1994 e recentemente esteve prestes a ser adquirida pela gigante americana Boeing, embora o acordo tenha sido desfeito em 2020.
Devido ao fato de a aeronave ter sido projetada e fabricada no Brasil, o país tem o direito, conforme as normas da Organização da Aviação Civil Internacional (ICAO), de nomear representantes para participar da investigação sobre as causas do acidente. A participação, no entanto, não é obrigatória segundo as regulamentações da ICAO. O Brasil deve fornecer documentação relevante às autoridades investigativas estrangeiras para auxiliar na compreensão dos eventos.
Até o momento, o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) da Força Aérea Brasileira não emitiu declarações sobre o caso.
O acidente resultou na perda trágica de todas as 10 pessoas a bordo, incluindo sete passageiros e três tripulantes. As autoridades russas confirmaram que Yevgeny Prigozhin estava entre os ocupantes do jato. Relatos anteriores vindos do canal do Telegram vinculado ao grupo Wagner sugeriram que a aeronave foi abatida pelas defesas aéreas da região. Imagens autenticadas mostram o avião em chamas após cair próximo a Tver.
Este acidente trágico coloca em foco não apenas a investigação das causas, mas também lança luz sobre a figura controversa de Prigozhin e seu grupo Wagner, que estiveram envolvidos em várias operações de destaque, incluindo a invasão russa à Ucrânia e outras atividades internacionais.
Da redação
*Fonte: G1