Francisco Júnior Correa Mota, de 32 anos, está foragido desde quinta-feira (9) após a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) cumprir mandado de prisão e busca e apreensão contra ele. Mota é suspeito de agredir e abusar sexualmente de atletas adolescentes na Associação Esportiva Gustavo Elias (AESGE), em Pompéu.
As denúncias contra o treinador começaram a se acumular após a circulação de vídeos nas redes sociais que o mostram agredindo verbal e fisicamente seus jogadores. Em um dos vídeos, ele aparece repreendendo um atleta por ter participado de uma festa de 15 anos. Já em outro, ele dá um tapa no rosto do adolescente.
Em 2023, o técnico já havia sido indiciado pelo crime de injúria racial após ofender um estudante de Sete Lagoas que fez comentário sobre o placar de uma partida dos Jogos Escolares de Minas Gerais (Jemg).
Conforme o delegado Rodolfo Saldanha,“após o indiciamento do suspeito em julho do ano passado, por prática de injúria racial durante um evento esportivo estudantil na cidade, outras vítimas se encorajaram a denunciar os abusos sofridos, resultando na instauração de novo inquérito policial”
Até o momento, 14 adolescentes, todos do sexo masculino, já prestaram depoimento à PCMG relatando diversos abusos, incluindo maus-tratos, abuso sexual e agressões psicológicas. As investigações continuam em andamento para apurar os crimes e localizar o suspeito foragido.
Diante das graves acusações, a Federação Mineira de Handebol suspendeu o treinador temporariamente por 60 dias, a partir de quarta-feira (8). Ao todo, a entidade recebeu 130 denúncias contra ele. Um Procedimento Disciplinar Administrativo foi instaurado para apurar os fatos.
A Prefeitura de Pompéu também se manifestou, repudiando o caso e esclarecendo que o treinador não coordena nenhum projeto esportivo no município.
O Conselho Tutelar, por sua vez, entrou em contato com as famílias dos alunos, solicitou acompanhamento psicológico e questionou o Conselho Municipal de Direitos das Crianças e Adolescentes sobre a autorização de funcionamento da AESGE. O Conselho também encaminhou uma denúncia ao Ministério Público para acompanhar o caso.
A defesa de Francisco Júnior se manifestou na semana passada, afirmando que “qualquer interpretação e conclusão sumária de qualquer ocorrência policial pode revelar uma medida quanto prematura e precipitada”. A defesa colocou o treinador à disposição das autoridades para colaborar com as investigações.
O caso segue em investigação e a PCMG pede que qualquer informação que leve ao paradeiro do suspeito seja repassada.
Da redação com informações da PCMG