A primeira-dama Rosângela da Silva, conhecida como Janja, revelou em entrevista à BBC em abril que não há hierarquia entre ela e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no governo. Apesar de não ocupar um cargo oficial, Janja atua com “total autonomia” no Palácio do Planalto, e suas atividades têm um custo elevado para os cofres públicos: quase R$ 2 milhões por ano.
Detalhes dos gastos
Um levantamento realizado pelo Poder360, com base em dados do Portal da Transparência, aponta que esse valor inclui despesas com viagens e salários de Janja e sua equipe de oito profissionais. Nos últimos dois anos, o total desembolsado foi de R$ 3,8 milhões, sendo dividido da seguinte forma:
- Folha salarial mensal: R$ 118.065,68 (dados de outubro de 2024).
- Salários de 2023 a 2024: R$ 3 milhões, considerando 26 pagamentos, incluindo os 13º salários.
- Gastos com viagens: R$ 791.542,23, abrangendo despesas pessoais de Janja e de sua equipe.
A atuação de Janja no governo
Janja declarou recentemente que seu papel no governo é o de articuladora, contando com autonomia concedida pelo presidente. Ela destacou que seu perfil é diferente do de outras primeiras-damas, que tradicionalmente se envolvem em ações filantrópicas.
O Planalto justificou os custos, afirmando que os gastos estão alinhados com as atividades desempenhadas pelos profissionais que atuam em nome da Presidência.
Estrutura e equipe
Entre os oito profissionais que compõem a equipe de Janja, sete estão alocados oficialmente no gabinete pessoal de Lula. A única exceção é Claudio Adão dos Santos Souza, fotógrafo da primeira-dama, que está vinculado à Secretaria de Comunicação Social. O governo esclareceu que todos desempenham funções designadas pelo presidente.
Os salários mais altos incluem:
- Edson Antônio Moura Pinto, ajudante de ordens: R$ 22.106,70.
- Neudicleia Neres de Oliveira, principal assessora de Janja: R$ 18.469,94.
Viagens e deslocamentos
Nos últimos dois anos, Janja esteve fora do país por 103 dias, acompanhando Lula ou representando o Brasil em eventos oficiais. Entre as viagens, as mais caras foram para os Estados Unidos e França, com destaque para Nova York, em março, e as Olimpíadas de Paris, em julho. O custo total com deslocamentos foi de R$ 791.542,23, dos quais cinco viagens específicas da primeira-dama somaram R$ 139.365,30.
Controvérsias e arquivamento de investigação
Em janeiro de 2024, o Conselho de Ética Pública arquivou uma denúncia sobre possível desvio ético relacionado ao uso de uma sala no Palácio do Planalto por Janja, alegando falta de evidências.
com informações do Poder 360 e Revista Oeste