Sete Lagoas foi contemplada pela escolha de dois projetos que contarão com importante investimento do Ministério da Cultura (MinC). Trata-se de dois Pontos de Cultura – Yporanga e Cecília Preta – que ficarão responsáveis por articular e impulsionar as ações que já existem nas comunidades. O Yporanga será dirigido pelo Serpaf e tem como objetivo, resgatar, valorizar e descobrir vocações culturais existentes na região. O segundo, o Cecília Preta, foi proposto pela Associação de Congadeiros de Sete Lagoas e tem como meta valorizar o folclore local e fazer perpetuar essa cultura já tradicional no município.
De acordo com Adriane Branco, diretora do Serpaf e proponente do Ponto Yporanga, o projeto a ser desenvolvido na cidade é itinerante, com a realização das oficinas em locais diferentes, como no anfiteatro do Casarão, unidades do Serpaf Verde Vale e Nova Cidade, dentre outros. Para isso, contará com R$ 180 mil durante os três anos de convênio com o MinC. “Esperamos atingir 2.600 pessoas com as atividades e o público alvo são pessoas abaixo da linha de pobreza e idosos”, conta Adriane. O objetivo é, neste período, dar condições do projeto ser autosustentável, capacitando profissionalmente os indivíduos envolvidos nas oficinas.
Para Alan Keller, diretor do Casarão e representante do município no Ponto Yporanga, trata-se de uma oportunidade única para promover uma interlocução cultural na cidade. “Neste Ponto, por exemplo, as ações acontecerão não só em Sete Lagoas, como também em Santana de Pirapama e Paraopeba, com atrações e oficinas de teatro, cinema, fotografia, dança, artesanato, literatura, música, culinária e comunicação, sempre com vistas à inclusão digital”, explica. Fazem parte deste Ponto o Serpaf, a Prefeitura Municipal, através da Secretaria de Cultura, a Rede AAN, o Grupo Convivência, o Clube de Letras, o Tático Cultural e os Amigos das Letras de Sete Lagoas.
Já o Cecília Preta tem como foco as guardas de Congo e de Moçambique, as Pastorinhas e as Folias da região de Sete Lagoas, que hoje formam mais de 50 grupos organizados em duas associações irmãs: a Associação Regional dos Congadeiros de Sete Lagoas e a Associação de Amparo às Caravanas de Reis e Pastorinhas. De acordo com a idealizadora do projeto, Taís Diniz Garone, é preciso fortalecer a “economia da cultura” que existe em torno desses grupos. “É necessário dar suporte ao grupo de costureiras, bordadeiras e artesãs que produzem as indumentárias, as máscaras, os vestidos, as bandeiras, os andores dos santos, e também montando oficinas de confecção de instrumentos, difundido os saberes e fazeres relacionados a essas tradições”, explica.
Além disso, o Ponto de Cultura Cecília Preta capacitará jovens direta e indiretamente ligados aos grupos de cultura popular a operarem máquinas fotográficas e câmeras de vídeo digitais, além de softwares de edição para o registro das manifestações culturais da região. Segundo Tais Garone, as atividades do Ponto de Cultura Cecília Preta serão agrupadas em três núcleos principais: biblioteca, videoteca, brinquedoteca e sala multimídia; iniciação à informática (equipamentos e softwares livres), fotografia e audiovisual; e por último o núcleo voltado para oficinas de indumentárias, adornos, artesanato e confecção de instrumentos musicais. “Todas as atividades serão ofertadas gratuitamente”, finaliza.
Saiba Mais
O Ponto de Cultura é a ação prioritária do Programa Cultura Viva e articula todas as demais ações do Programa Cultura Viva. Iniciativas desenvolvidas pela sociedade civil, através de convênio com o Ministério da Cultura (MinC), por meio de seleção por editais públicos, tornam-se Pontos de Cultura e ficam responsáveis por articular e impulsionar as ações que já existem nas comunidades. Atualmente, existem mais de 650 Pontos de Cultura espalhados pelo país e, diante do desenvolvimento do Programa, o MinC decidiu criar mecanismos de articulação entre os diversos Pontos, as Redes de Pontos de Cultura e os Pontões de Cultura. Em Minas Gerais foram aprovados 100 projetos, sendo dois de Sete Lagoas. Quando firmado o convênio com o MinC, o Ponto de Cultura recebe a quantia de R$ 185 mil, divididos em cinco parcelas semestrais, para investir conforme projeto apresentado.
Por Celso Martinelli