Uma disputa acirrada entre dois candidatos ao principal cargo político do país já era esperada antes mesmo do período eleitoral começar. Tensão, acusações mútuas, disputas ideológicas, dois turnos e infelizmente violência (até mesmo física) marcaram os últimos meses no Brasil.
Mesmo antes de 20 de julho de 2022 – início das convenções partidárias nas quais partidos oficializaram suas candidaturas aos cargos em disputa -, já se esperava que a concorrência ao posto de presidente do Brasil giraria em torno dos prováveis candidatos Jair Bolsonaro (concorreria à reeleição pelo PL) e Lula (ex-presidente com dois mandatos de 2003 a 2011 que voltaria ao cenário eleitoral como candidato do PT).
A chamada “3ª via”, alternativa que se apresentasse a quem não estivesse disposto a votar nos dois principais candidatos, nunca chegou a aparecer nas pesquisas de forma a embolar a disputa presidencial.
E candidatos a terceira opção não faltaram: Simone Tebet (MDB), Ciro Gomes (PDT), Soraya Thronicke (UNIÃO BRASIL), Felipe D’Avila (NOVO), Padre Kelmon (PTB), Léo Péricles (UNIDADE POPULAR), Sofia Manzano (PCB), Vera (PSTU).
Dois polos bem demarcados sempre estiveram no topo das pesquisas de intenção de voto com Lula e Bolsonaro ocupando as duas primeiras posições. Mas nenhum dos dois chegou a se “descolar” de seu concorrente, seja ampliando muito a liderança ou apresentando constante sinal de queda.
Algumas pesquisas apontaram tendência de vitória do petista no primeiro turno, mas os resultados ao final do dia 02 de outubro revelaram possível movimento de última hora do eleitorado em direção ao candidato Jair Bolsonaro, o que fez com que Lula passasse para o segundo turno com 48,43% dos votos válidos e Bolsonaro com 43,20%, aproximadamente 6.180.000 votos a mais para Lula.
A campanha que no primeiro turno já teve apresentação de propostas sendo atrapalhada por ataques pessoais entre candidatos e violência entre apoiadores, no segundo turno tambem enfrentou problemas temáticos. Pautas realmente importantes para o país como economia, saúde, meio ambiente e educação muitas vezes perderam espaço para temas como satanismo, fechamento de igrejas, pedofilia, maçonaria, aumento de ministros no STF, ataques ao sistema eleitoral, tudo isso potencializado por intensa veiculação de conteúdo nas mídias digitais e redes sociais de ambos os lados concorrentes.
Todos os fatos ocorridos até aqui ilustram o que muitos chamam de “polarização política” vivida pelo país e deixaram exaltados os ânimos de candidatos e eleitores. Tal fenômeno conturbou não só a disputa eleitoral como pode impor dificuldades para o presidente eleito, qualquer que seja ele, governar nos próximos quatro anos.
Se a tendência de uma eleição apertada realmente se confirmar, isso indica que o vencedor terá forte e numerosa oposição durante seu mandato. Lula e Bolsonaro possuem programas de governo bem diferentes e precisarão mais do que nunca de bastante diálogo com bases opositoras para atingir consensos e solucionar as reais necessidades da população.
O segundo turno ocorre no próximo dia 30 de outubro de 2022 das 08h às 17h e a divulgação dos resultados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) começa logo após o final da votação.
Da Redação.