“Dai-lhes vós mesmos de comer” (Mt 14,16) é a passagem bíblica que inspirou o lema da campanha da fraternidade de 2023 e que fomenta discussões, em todos os âmbitos, em nosso país, acerca do tema da fome. Para continuar o diálogo e discutir possíveis ações que precisam ser pautadas para o enfrentamento da pobreza na cidade, a Câmara Municipal de Sete Lagoas realizou na quarta-feira (30/4), o “1º Fórum Sete Lagoas sem fome”, que reuniu, na sede do legislativo, autoridades políticas, representantes do executivo e representantes da sociedade civil, por meio das entidades religiosas, acadêmicas e das instituições que trabalham em prol dos menos favorecidos em nosso município.
O Fórum surgiu a partir da iniciativa da mesa diretora após o encontro com o Bispo Diocesano, Dom Francisco Cotta, que provocou o diálogo baseado no tema da Campanha da Fraternidade de 2023: “Fraternidade e fome”. O presidente da Câmara, vereador Caio Valace (Podemos), presidiu o Fórum e enfatizou a importância de realizar momentos de debate, na constante busca da erradicação desse mal que assola nossa sociedade. “Sete Lagoas tem um quadro social terrível, onde 29 mil famílias são cadastradas na rede de proteção social e nem podemos dizer que são assistidas. Isso nos leva a refletir que ainda continuamos nos deparando com a velha contradição: cidade rica, povo pobre. Que a agenda de enfrentamento à pobreza não seja uma retórica e esteja só nos discursos, mas que possamos efetivamente fazer e lançar o nosso olhar para aqueles que precisam de cuidado, atenção, emprego, saúde”, propôs Caio Valace.
Importantes nomes de estudiosos sobre o tema expuseram a crítica situação vivenciada em nosso país e, especificamente, em nosso município. Estiveram presentes o Bispo Diocesano, Dom Francisco Cota; as representantes da Secretaria de Assistência Social, Alessandra Horta e Bruna Campos; o representante da Universidade Federal São João Del Rey, professor Marcio Carneiro dos Reis; a representante do Lar Espírita Paulo de Tarso, Angélica Calazans; o representante da Sociedade São Vicente de Paula, Julinei Nogueira; o gestor da Associação dos Recicladores de Materiais Reutilizáveis e Recicláveis de Sete Lagoas (Armarresol), Otacílio Cardoso; o representante do Sesc – Projeto Mesa Brasil, Alisson Almeida; e o representante do Conselho de pastores evangélicos de Sete Lagoas, Pastor Amorim.
Pesquisa
“Quando falamos do problema da fome em nossa cidade penso que é preciso realizar uma integração de políticas. A questão alimentar está ligada às questões ambientais, sociais, econômicas e tantas outras. Precisamos adensar ações no sentido de trazer experiência política que produzam ações e políticas públicas que transformem de fato a sociedade que a gente vive. Não é possível viver em um país onde 33 milhões de pessoas estão passando fome”, disse o professor Marcio Carneiro, que apresentou o resultado da pesquisa “Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) – como estratégia de desenvolvimento territorial”.
Participaram do Fórum, os vereadores Gilson Liboreiro (SD), Ivson Gomes (Cidadania), Rodrigo Braga (PV), Eraldo da Saúde (Patriota), Marli de Luquinha (MDB), Carol Canabrava (Avante) e, Ivan Luiz (Patriota), que endossou a importância da realização de ações dessa proporção. “O que tivemos hoje diante desse Fórum foi uma verdadeira aula. Vários atores, várias pessoas envolvidas que expuseram a situação que Sete Lagoas vivencia quando se trata da fome. Tudo isso me leva a fazer uma autorreflexão sobre o meu papel político no combate a essa realidade dolorosa”, afirma o vereador.
“Saímos deste fórum mais fortalecidos com um pensamento de união entre o poder público e a sociedade civil em prol do enfrentamento à fome.
Tudo o que foi exposto será objeto de encaminhamentos feitos para o executivo bem como para a própria Casa Legislativa. A Câmara é o local de elaboração de leis, que pode, no momento da discussão do orçamento, contemplar as políticas públicas de combate à fome com recursos orçamentários financeiros. Através deste fórum podemos realizar os encaminhamentos devidos para fazer que essa realidade possa, minimamente, ser diferente do atual quadro de pobreza em Sete Lagoas”, conclui o presidente da Câmara.
Com Assessoria de comunicação Câmara Municipal de Sete Lagoas