O tenente-coronel Mauro Cid, que antes estava em silêncio no depoimento sobre os cartões de vacina, decidiu falar abertamente sobre o caso das joias sauditas durante seu depoimento à Polícia Federal nesta segunda-feira (22). A sessão, conduzida por videoconferência, durou cerca de três horas e faz parte de uma investigação sobre o recebimento de joias de alto valor do governo da Arábia Saudita.
Mauro Cid, que já atuou como ajudante de ordens e braço direito do ex-presidente Jair Bolsonaro, é suspeito de estar envolvido na tentativa de introduzir ilegalmente um conjunto de joias no Brasil, que foram retidas pela Receita Federal.
Segundo investigação da PF, Cid teria enviado um assistente para negociar diretamente com a Receita no posto do Aeroporto de Guarulhos a liberação das joias em questão.
As joias foram trazidas ao Brasil na bagagem do ex-ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, juntamente com seus assessores, em outubro de 2021. Na ocasião, Albuquerque afirmou que os itens foram apresentados à então primeira-dama Michelle Bolsonaro.
No entanto, após a divulgação do caso pelo jornal “Estadão”, Bento Albuquerque mudou seu depoimento à PF, alegando desconhecimento do conteúdo dos pacotes no momento em que os trouxeram da Arábia Saudita para o Brasil.
Tanto Jair Bolsonaro quanto Mauro Cid já foram ouvidos pela Polícia Federal e declararam que só tomaram conhecimento das joias um ano após sua chegada ao país. Outros dois pacotes, que estavam em posse do ex-presidente Bolsonaro, foram descobertos e entregues à Caixa Econômica Federal, por ordem do Tribunal de Contas da União (TCU), onde estão atualmente registrados como patrimônio da União.
Da redação
Fonte: O Tempo