O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) chegou à sede da Polícia Federal, em Brasília (DF), por volta de 13h37 desta quarta-feira (12). Ele prestará depoimento, a partir de 14h, no inquérito que apura um suposto plano, denunciado pelo senador Marcos do Val (Podemos-ES), para golpe de Estado, com participação do ex-deputado Daniel Silveira (PTB-RJ).
O depoimento de Bolsonaro foi determinado pelo ministro Alexandre Silveira, do Supremo Tribunal Federal (STF). Bolsonaro chegou ao prédio da PF pela entrada da garagem. Não havia apoiadores do ex-presidente o esperando nem nesse acesso, nem em frente à portaria principal.
Em fevereiro deste ano, do Val denunciou que Silveira propôs um plano de golpe a ele, em uma reunião com a presença de Bolsonaro. O senador contou que, na conversa, recebeu uma proposta que envolvia grampear Moraes, na tentativa de obter informações que pudessem anular as eleições de 2022, em que Bolsonaro saiu derrotado para o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Este será o quarto depoimento prestado por Bolsonaro à PF. Ele já falou sobre o caso das joias dadas pelo governo da Arábia Saudita e que não tinham sido destinadas ao patrimônio público, sobre uma suposta incitação aos atos criminosos de 8 de janeiro e sobre a fraude em cartões de vacina dele, da filha e de auxiliares.
Reportagens publicadas nesta quarta com base em um relatório da PF mostram mensagens encontradas no telefone celular de Marcos do Val sobre o suposto plano de golpe de Estado tratado com Bolsonaro e Silveira. Nas conversas vazadas o senador falou de uma suposta trama para impedir a posse de Lula. A informação foi divulgada pelo jornal “O Globo”. O portal “Metrópoles” trouxe outros diálogos.
Em uma das mensagens, Do Val diz que está “com a bomba na mão para destruir Bolsonaro e outra para destruir Lula”. Em outro trecho, o senador se coloca na seguinte posição de importância: “simplesmente está em minhas mãos o destino de dois presidentes”.
O relatório da PF sobre o celular do parlamentar, documento ao qual a coluna de Bela Megale, do O Globo, teve acesso, aponta que ele dividiu a trama para impedir a posse do presidente Lula com dois grupos de WhatsApp privilegiados: o “Chefias” e o “Amigas para a eternidade”.
Com O Tempo