O deputado federal André Janones foi gravado em áudio pedindo a seus assessores na Câmara dos Deputados que usassem parte de seus salários para cobrir suas despesas pessoais, uma prática conhecida como “rachadinha”. Ele afirmou que essa verba seria usada para custear suas despesas após ter perdido dinheiro em uma campanha eleitoral. Janones admitiu isso em uma reunião com sua equipe, dizendo que perdera um montante considerável e que considerava justo que seus assessores participassem na reconstrução disso.
Ele justificou sua solicitação, alegando que não seria justo seus assessores ficarem com 100% de seus salários, pois ele precisava de parte da remuneração para cobrir dívidas acumuladas desde 2016, quando concorreu a prefeito. Janones também indicou que não se importaria em renunciar ao seu mandato caso fosse denunciado, tentando desmobilizar qualquer tentativa de sua equipe em denunciá-lo.
O áudio foi gravado por um ex-assessor de Janones em 2019 e foi mencionado que seria levado à Polícia Federal com outras provas de supostas irregularidades no gabinete do deputado. O Tribunal Superior Eleitoral considera essa prática como enriquecimento ilícito e dano ao patrimônio público, podendo resultar em inelegibilidade.
Embora a assessoria de Janones tenha reconhecido a existência da gravação, alegou que os áudios estavam “fora de contexto”. Atualmente, o entendimento sobre se a “rachadinha” configura crime está sob julgamento pelo Supremo Tribunal Federal em um caso envolvendo outro deputado. Janones, que buscou proeminência política ao anunciar sua candidatura à Presidência em 2022, acabou retirando sua candidatura para coordenar as redes sociais da campanha de Lula. Ele admitiu, em um livro, ter usado fake news para desestabilizar o então presidente Jair Bolsonaro durante a campanha.
Da Redação com Metrópoles