O governo federal está ameaçando retaliar contra os parlamentares da Câmara dos Deputados que assinaram o pedido de impeachment contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A razão para essa retaliação é o fato de Lula ter comparado as mortes na Faixa de Gaza ao Holocausto. Segundo informações do líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), aqueles que assinaram o pedido e indicaram cargos regionais perderão esses postos e serão menos atendidos pelo Executivo, o que também afetará emendas parlamentares.
O deputado Alencar Santana (PT-SP), um dos vice-líderes do governo na Câmara, afirmou que “quem assinou o impeachment do presidente está dizendo claramente que não está na base. Portanto, se tinha algum tipo de espaço no governo, tem que perder. Afinal de contas, essa contradição não pode continuar. Quem assinou tem que decidir de que lado está: ao lado de Lula ou contra”.
Essa ofensiva do Executivo ocorre após o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) liderar uma manifestação na avenida Paulista, reunindo milhares de pessoas. Auxiliares de Lula tentaram desviar o foco desse ato bolsonarista, mas reconheceram que o ex-presidente conseguiu reunir aliados políticos de peso. O próprio presidente Lula reconheceu em entrevista à RedeTV! que a manifestação bolsonarista foi “grande” e que “não é possível você negar um fato”.
A declaração de Lula, comparando a ofensiva militar israelense ao Holocausto, foi incorporada pelos bolsonaristas como um dos motes do ato.