A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e o hacker Walter Delgatti Neto foram indiciados pela Polícia Federal (PF) por invasão do site do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O suposto crime ocorreu em 4 de janeiro de 2023, e a investigação foi concluída em 29 de janeiro.
Ambos são acusados de falsidade ideológica, pois durante a invasão, documentos falsos foram inseridos no sistema judiciário, incluindo uma ordem de prisão falsa contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Com a conclusão da investigação, o inquérito será analisado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que decidirá se denunciará Carla Zambelli ao Supremo. Se a denúncia for feita, será aberta uma ação penal, que pode resultar em condenação ou absolvição.
A PF não encontrou mensagens trocadas entre o hacker e a deputada. Delgatti afirmou aos investigadores que apagou as conversas por precaução. No entanto, a PF encontrou quatro documentos falsos nos dispositivos pessoais de Zambelli, que são os mesmos que Delgatti inseriu no sistema do CNJ.
A PF acredita que Zambelli recebeu a minuta da falsa ordem de prisão e a enviou para a imprensa, que publicou o documento na noite de 4 de janeiro. Isso motivou a investigação da PF.
Zambelli teria como objetivo espalhar suspeitas sobre a credibilidade do Judiciário, responsável por gerenciar o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na época presidido por Alexandre de Moraes.
O relatório da PF informa que Delgatti foi instigado pela parlamentar para acessar o sistema do CNJ, com o objetivo de prejudicar a imagem do Judiciário e de um ministro do STF. Delgatti está preso preventivamente devido à invasão do sistema do CNJ. Em depoimento à PF, ele confessou o crime e disse que Zambelli participou.
A defesa de Zambelli divulgou uma nota à imprensa negando a participação da parlamentar no crime. O advogado Daniel Leon Bialski afirmou que ainda não teve acesso à conclusão do inquérito, mas reforçou que Zambelli nunca pediu a Delgatti que invadisse sistemas ou cometesse qualquer ilegalidade.
da redação com CNN