Nesta sexta-feira (6), o Ministério da Saúde anunciou o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) para o câncer de mama, que amplia e padroniza os tratamentos disponíveis pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A iniciativa inclui cinco novos procedimentos e a utilização da videolaparoscopia, técnica cirúrgica minimamente invasiva que permite intervenções com menor impacto no paciente.
“A videolaparoscopia, além de beneficiar os pacientes com recuperação mais rápida, também otimiza recursos do sistema, reduzindo tempo de internação e necessidade de reintervenções”, destacou o ministério.

Novidades no protocolo
Os procedimentos incorporados ao PCDT incluem:
- Inibidores das quinases dependentes de ciclina (CDK) 4 e 6;
- Trastuzumab entansina;
- Supressão ovariana medicamentosa e hormonioterapia parenteral;
- Fator estimulador de colônia para suporte em esquemas de dose densa;
- Ampliação da neoadjuvância para estádios I a III.
O protocolo busca garantir diagnósticos mais ágeis, uniformidade nos tratamentos e acesso equitativo a novas tecnologias, promovendo uma assistência mais eficiente.
Diagnóstico precoce e integração de cuidados
Para reforçar o diagnóstico precoce, o PCDT integra o câncer de mama ao Programa Mais Acesso a Especialistas, que agora inclui o Protocolo de Acesso às Ofertas de Cuidado Integrado (OCI). Cada OCI reúne procedimentos necessários para uma etapa específica do tratamento, como consultas, exames e retornos organizados em uma linha de cuidado contínua.
Um exemplo é o OCI para diagnóstico do câncer de mama, que abrange desde consultas com mastologista e exames como mamografia e ultrassonografia, até procedimentos como punção aspirativa e histopatologia, com busca ativa da paciente para garantir o acompanhamento adequado.
Redução no tempo de tratamento
Com essa integração, o tempo médio para início do tratamento será reduzido de um ano e seis meses para apenas 30 dias após o diagnóstico, graças à fila única e à digitalização dos serviços.
Cenário atual do câncer de mama no Brasil
O câncer de mama é o tipo mais incidente e a principal causa de mortes oncológicas entre mulheres no país. Dados do Ministério da Saúde indicam que atrasos no início do tratamento podem aumentar a mortalidade entre 6% e 16%, dependendo da duração do atraso.
Impacto da padronização no SUS
Antes, as Diretrizes Diagnósticas e Terapêuticas (DDT) não se restringiam às tecnologias disponíveis no SUS, o que muitas vezes resultava em judicialização para acesso a medicamentos. Com o novo protocolo, o Ministério da Saúde assegura acesso equitativo a tratamentos eficazes e cria uma linha de cuidado estruturada que promove maior qualidade no atendimento, desde o diagnóstico até o acompanhamento do paciente.
“Além de garantir medicamentos comprovadamente eficazes, o novo processo padroniza toda a jornada de cuidado, promovendo maior eficiência e sustentabilidade ao sistema de saúde”, concluiu o Ministério.
Da Redação com Hoje em Dia