Vivemos na era da exaustão. Nunca se falou tanto em saúde mental, e nunca estivemos tão ansiosos, deprimidos e à beira do colapso. O burnout, antes uma condição restrita a profissionais de alto desempenho, agora se espalha por todas as camadas da sociedade. O trabalho não é mais só um meio de sustento – tornou-se identidade, missão e, para muitos, um fardo insuportável.

Os números falam por si. Ações trabalhistas relacionadas à saúde mental explodiram no Brasil. Empresas tentam responder com palestras motivacionais, programas de bem-estar e até flexibilização do expediente. Mas será que isso resolve o problema ou apenas o maquiam?
O fato é que estamos presos a uma cultura de produtividade incessante. O descanso virou culpa, a desconexão virou luxo. O WhatsApp do chefe não para no fim de semana, o home office dissolveu as barreiras entre vida pessoal e profissional, e a ansiedade virou um efeito colateral da “busca pelo sucesso”.
Diante desse cenário, o governo determinou que, a partir de 26 de maio, as empresas deverão se adequar à nova Norma Regulamentadora 1 (NR1). A atualização exige que empregadores implementem medidas de gestão de riscos ocupacionais, incluindo ações concretas para prevenir transtornos psicológicos relacionados ao trabalho. Resta saber se isso trará mudanças reais ou se será apenas mais um item burocrático a ser ignorado.
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