Os proprietários de lojas de material de construção querem ser atendidos pelas medidas que estão sendo elaboradas pelo governo para estimular a construção civil, principalmente o segmento popular. Eles querem ser incluídos na Resolução 3.422 do Banco Central de novembro de 2006 que alterou as regras sobre as operações de microcrédito destinadas à população de baixa renda e a microempreendedores.
Atualmente, 2% do compulsório dos bancos sobre os depósitos à vista são destinados ao microcrédito, mas o setor reclama que os recursos não têm sido usados totalmente, o que abriria espaço para atender o setor de material de construção. Segundo a senadora Ideli Salvatti (PT-SC), ao incluir o segmento da construção civil, o governo poderia ajudar a aquecer também o comércio.
Outra reivindicação dos empresários é o fim da exigência de um avalista ou fiador para os empréstimos do Contrucard da Caixa Econômica Federal, que ampliou recentemente o teto do valor financiado para R$ 25 mil. A senadora entende que os microempreendedores do setor estão na faixa de rendimentos de até R$ 1,8 mil e por isso têm dificuldade para esse tipo de garantia. A sugestão é que as lojas passem a ser a garantia dos empréstimos, como forma de flexibilizar o programa.
“É loja de bairro. Conhece quem é cliente e funciona na caderneta. Se tiver a permissão para acessar ao Construcard, depois fará isso para seu cliente”, disse a parlamentar.
A senadora Ideli Salvatti esteve hoje (18) com o Secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, que elabora junto com a Casa Civil os estudos para estimular o setor da construção civil diante da crise financeira. Participou também do encontro o presidente da Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção, Cláudio Elias Conz.
Ele apresentou ao secretário um estudo do Latin Panel que pesquisou 8,2 mil residências e constatou que 77% precisam de algum tipo de reforma, sendo que 39% declararam que certamente farão essas reformas.
“Tem um potencial muito grande para expandir no sentido de material de construção, pois a lata de tinta e o saco de cimento não se movem sem o pintor e pedreiro. Além de movimentar a cadeia produtiva como um todo, ele precisa da mão-de-obra”, afirmou Cláudio Conz para mostrar a capacidade que a medida tem para provocar o aumento da renda.
O representante da Anamaco lembrou ainda que 23% do consumo de cimento e tinta são das construtoras, sendo que esse porcentual representa bem menos o que vende as lojas de material de construção que chegam a 77% .
Agência Brasil