
“Não há como fazer isso da noite para o dia. Para a execução da desintrusão nós temos um planejamento operacional, esse planejamento tem etapas e nós vamos cumpri-las. Além das pessoas, haverá retirada de bens, que precisam ser resguardados”, detalhou.
Além do efetivo policial, que deverá chegar a 500 homens somente da PF, agentes da Força Nacional de Segurança, a Fundação Nacional do Índio (Funai) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) também vão participar da retirada.
Fonseca garantiu que a decisão do STF será cumprida mesmo que a retirada tenha que ser feita antes da colheita do arroz já plantado, prevista para maio. Dos seis grandes produtores que ocupam a terra indígena, apenas dois plantaram arroz recentemente, um deles o polêmico líder Paulo César Quartiero.
“O que estava acertado é que não haveria mais plantio, eles colheriam o remanescente em janeiro e deixariam a terra. Eu não posso manter esse efetivo [policial] aqui até maio simplesmente porque ele tem uma colheita a fazer. A minha ação vai ser de acordo com a decisão do STF. Se houver algum questionamento quanto a isso, terão que recorrer à Justiça”, disse.
Apesar das divergências claras entre indígenas e arrozeiros, o superintendente espera um “desfecho pacífico” para o impasse. Fonseca acredita que as lideranças indígenas deverão respeitar a operação oficial de desintrusão, sem partir para conflito direto com os rizicultores.
Sessenta homens da PF e cerca de 80 da Força Nacional de Segurança estarão hoje dentro da terra indígena para garantir a segurança durante o julgamento do STF. De acordo com o superintendente, outros 150 policiais federais e homens do Exército e da Polícia Militar estarão de sobreaviso e posicionados em pontos estratégicos para agir em caso de conflito na área.