A Federação Única dos Petroleiros (FUP) recomendou nesta quinta(31) que os petroleiros de todo o país suspendessem a greve e retornassem a suas atividades. A categoria mineira decidiu pela continuidade da paralisação.
“Conseguimos dialogar diretamente com a pauta da sociedade, que não aguenta mais pagar o preço abusivo que está sendo cobrado no litro da gasolina, do óleo diesel e também pelo botijão de gás”, disse Rangel em vídeo compartilhado pelas redes sociais.
No vídeo, o coordenador da FUP critica a gestão do atual presidente da Petrobras, Pedro Parente, pela política de preços atualmente em vigor. Os petroleiros criticam o aumento dos preços do gás de cozinha e derivados e cobram a retomada da produção plena das refinarias do país.
Rangel também critica a Justiça trabalhista, que julgou a greve ilegal. O Tribunal Superior do Trabalho (TST) determinou uma multa diária de R$ 500 mil ao movimento. Posteriormente, aumentou o valor de eventuais sanções para R$ 2 milhões. “A Justiça do Trabalho está ao lado do capital, da criminalização dos movimentos sociais.”
Na tarde de quinta-feira(31) a Petrobras informou que todas as suas unidades já voltaram a operar. Em 95% delas, a greve já havia sido encerrada. Nos 5% restantes, equipes de contingência estavam atuando para normalizar a situação. Segundo a estatal, não houve impactos para a produção e nem há risco de desabastecimento.
Minas
Mesmo depois da decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST) de criminalização da greve dos petroleiros, a categoria mineira decidiu pela continuidade da paralisação. A decisão foi tomada em assembleia na manhã desta quinta-feira (31), mesmo com a orientação de suspensão do movimento pela Federação Única dos Petroleiros (FUP).
A orientação foi dada na noite da nessa quarta-feira (30), quando o TST aumentou as multas diárias de R$ 500 mil para R$ 2 milhões, além de autorizar investigação por parte da Polícia Federal dos sindicatos, criminalizando o movimento da categoria.
O Sindipetro/MG ressalta que a luta dos petroleiros é legítima e que a greve iniciada na última terça-feira (29), que foi aprovada por ampla maioria dos trabalhadores no início de maio, não causa riscos de desabastecimento de combustíveis no país. A categoria luta pela redução do preço da gasolina, do diesel e do gás de cozinha, pela retomada da produção nas refinarias, o fim das importações e pela saída de Pedro Parente da presidência da Petrobrás.
Em nota, a FUP afirma que um recuo momentâneo e necessário para a construção da greve por tempo indeterminado, que foi aprovada nacionalmente pela categoria. “A pauta pela mudança da política de preços da Petrobrás é de todos os brasileiros, pois diz respeito à luta histórica contra a exploração do país, que desde os tempos de colônia vem tendo seus bens minerais espoliados pelas nações imperialistas. É assim que ocorre ainda hoje com o nosso petróleo”, declarou a FUP em nota.
Reavaliação do movimento
Na manhã desta sexta-feira (1º), a partir das 9h, o Sindipetro/MG se reunirá novamente com os trabalhadores da Refinaria Gabriel Passos (Regap) e da Termelétrica Aureliano Chaves para reavaliar o rumo da greve. Também haverá um grande ato em defesa da Petrobras e uma audiência pública na porta da refinaria.
Denúncia
O Sindpetro/MG alega que a Petrobras tem feito ameaça de sanção a trabalhadores que não voltarem ao trabalho. Em nota, o Sindicato dos Petroleiros garante que empresa estatal pressiona os funcionários pelo fim da greve. “A Petrobrás enviou cartas a trabalhadores e parentes na noite de quarta-feira (30) intimando a categoria a voltar assumir seus posto de trabalho na Refinaria Gabriel Passos. A Petrobras usou as medidas liminares para ameaçar os trabalhadores. Nas cartas de intimação, a empresa afirma que quem não voltar ao trabalho estará sujeito a sanções”.
De acordo com o Sindmetro/MG, as cartas foram entregues por funcionários da Petrobras e não por oficiais de Justiça. Em alguns casos, a empresa entregou os documentos em endereços de familiares de operadores em greve e os fez assinar a carta dando ciência da intimação.
A Petrobras foi procurada pelo Hoje em Dia para se pronunciar sobre assunto, mas até o momento, não se manifestou.
A continuidade do movimento vai na contramão da orientação dada pela Federação Única dos Petroleiros (FUP). O órgão recomendou a suspensão da greve após o Tribunal Superior do Trabalho (TST) aumentar a multa diária de R$ 500 mil para R$ 2 milhões. O TST também autorizou que a Polícia Federal investigue os sindicatos envolvidos.
Apesar da recomendação, a FUP defendeu a legitimidade da greve e considerou equivocada a decisão do Tribunal. “A decisão do TST é claramente para criminalizar e inviabilizar os movimentos sociais e sindicais. Diante disso, a FUP orienta os sindicatos a suspenderem a greve. Um recuo momentâneo e necessário para a construção da greve por tempo indeterminado, que foi aprovada nacionalmente pela categoria”, afirmou a nota publicada pelo órgão.
Continuidade
A manutenção da greve será reavaliada hoje, 01 de junho, a partir das 9h, quando o Sindipetro/MG se reunirá novamente com os trabalhadores da Regap e da Termelétrica Aureliano Chaves, em audiência pública realizada na porta da refinaria. O sindicato convocou ainda um protesto em defesa da Petrobras no mesmo local e horário.
Com EBC e Hoje em Dia