Um grupo de turistas japoneses se disse encantado com a preciosidade dos detalhes na decoração. Masayuki Kaneda, Kenji Ueda e Nobuo Matsuzawa disseram que, no Japão também é comum que bens culturais históricos estejam abertos à visitação pública, mas isso dificilmente acontece quando se trata de palácios ou prédios ligados ao governo. “É tudo muito bonito, especialmente a escadaria e o Salão Dourado. São espetaculares”, enfatizou Kaneda.
Para o estudante goiano Paulo Henrique de Souza, mais que a oportunidade, é importante que as pessoas, em especial os jovens, desenvolvam o hábito de conhecer espaços culturais, sempre que possível. “O Palácio da Liberdade é algo fora do normal, surpreendente. Em muitos aspectos me lembrou bastante o Teatro Amazonas, em Manaus. As pessoas realmente deveriam aproveitar e apreciar tudo o que temos por aí”, afirmou.
Em 2008, seis mil pessoas visitaram a sede do Governo mineiro. Dentre elas, os irmãos Mariana, de 9 anos, e Antônio, de 7. Este ano, os pequenos assumiram o papel de guias e repetiram o tour; desta vez com a irmã mais velha Clara Machado, de 17 anos, que acaba de se mudar de Brasília. “Eles gostaram muito quando vieram a primeira vez e quiseram voltar comigo, como meus guias. É tudo muito lindo, principalmente a Sala da Rainha e o Salão Dourado”, ressaltou Clara.
Passado e futuro
Outro ambiente do edifício que também faz muito sucesso entre os visitantes, especialmente, entre os mais jovens, é o futurístico Espaço Liberdade. Por lá, tecnologia e diferentes recursos multimídia são o segredo para se recontar, de forma muito divertida, a história do Palácio e detalhes do processo de restauração comandado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha/MG) entre 2003 e 2006. A atração foi a preferida do pequeno Matheus, 6 anos, no passeio. Com sua mãe, a engenheira civil Ana Paula Vieira, Matheus acompanhava o irmão Pedro, de 8 anos, que aproveitou o passeio para levantar informações para um trabalho de escola sobre o patrimônio histórico.
As visitas à sede do Governo mineiro recomeçaram em meados de 2008, após quatro anos fechado para um completo processo de restauração, desde sua construção. Todo o requinte do edifício – erguido pela Comissão Construtora da Nova Capital e inaugurado em 1897 – foi resgatado, incluindo mobiliário, elementos artísticos e estruturas originais. Várias dessas preciosidades, como pinturas artísticas, vitrais e até um elevador, estiveram encobertas por paredes ou várias camadas de tinta há pelo menos 70 anos. A visita ao Palácio da Liberdade acontece todos os meses, sempre no último domingo, seguindo um roteiro estipulado por técnicos do Iepha/MG para garantir a segurança do rico acervo.
A abertura do Palácio à visitação pública integra um conjunto de projetos estruturadores do Governo de Minas para a proteção do patrimônio priorizando o acesso da população aos bens culturais protegidos. Exemplo em Belo Horizonte, a criação do Circuito Cultural Praça da Liberdade se ergue como um conjunto de centros de atividades culturais, científicas e de lazer logo ao redor do próprio Palácio da Liberdade. Em breve, outros espaços culturais na Praça serão abertos à população, como o Espaço do Conhecimento, na antiga Reitoria da UEMG, o Museu das Minas e do Metal, que ocupará o prédio que já abrigou a Secretaria da Educação e o Memorial Minas Gerais, no antigo prédio da Secretaria de Fazenda.