A cada dois dias, uma pessoa é vítima de acidente com patinete elétrica na capital. A discussão sobre o risco do equipamento volta à tona após um homem morrer no centro da cidade, no último sábado (7). Sem regulamentação, o uso do veículo compartilhado, febre na cidade, esbarra em uma série de desafios, principalmente a ausência de dispositivos de segurança.
Nessa segunda-feira (9), após a fatalidade do fim de semana, a BHTrans exigiu das empresas que oferecem o serviço a contratação de um seguro para os usuários e a redução da velocidade nas primeiras viagens de novatos.
As ações visam a reduzir as ocorrências. Só no Hospital de Pronto-Socorro (HPS) João XXIII foram atendidos cerca de cem feridos desde que a alternativa de transporte chegou ao município – 15 de janeiro deste ano – até agosto. Traumatismo craniano e fraturas expostas são alguns dos casos.
“São comuns escoriações e lesões nos braços e pernas. Porém, se ferir a coluna ou a cabeça gravemente, as consequências podem até levar a óbito”, destaca o cirurgião geral da unidade de saúde, Bruno Vergara.
O médico acredita que a utilização de equipamentos de segurança poderia ter evitado a morte do fim de semana. “Ou diminuído a chance de ferimento”, diz.
Regras necessárias
A aposta para barrar os perigos é uma regulamentação urgente, defendem especialistas. Urbanista e professor da Escola de Arquitetura da UFMG, Roberto Andrés afirma que todos os meios de transporte com impacto coletivo precisam ter regras determinando, por exemplo, a velocidade máxima permitida e os locais adequados para uso.
“Quando a patinete vai muito rápido na calçada há o risco de trombar com o pedestre. Mas, no trânsito, o usuário já está se expondo a perigos ainda maiores”, frisa o docente, afirmando que outra solução é ter mais ciclovias na cidade.
As regras de circulação do modal estão sendo elaboradas por um grupo criado pela BHTrans, ainda sem data para encerrar os trabalhos. Em nota, a autarquia esclareceu que a utilização dos equipamentos elétricos é embasada em resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran).
Fiscalização
Enquanto as normas não saem do papel, a fiscalização também não pode ocorrer, explica o tenente Marco Antônio Said, do Batalhão de Trânsito (BPTran) da PM. “A regulamentação tem que ocorrer o mais breve possível”, diz.
Com Hoje em Dia