O Instituto Aço Brasil (IAB), que representa os fabricantes nacionais, defendeu a reabertura de negociações entre o Brasil e os Estados Unidos para reverter a tarifa de 25% sobre as importações de aço, anunciada pelo governo norte-americano nesta segunda-feira (10). Minas Gerais deve ser um dos estados mais impactados pela medida.
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A entidade reforça a importância de restaurar os termos do acordo firmado em 2018, quando os dois países estabeleceram cotas para exportação de 3,5 milhões de toneladas de produtos semiacabados e 687 mil toneladas de laminados, em vez da tarifa integral.
“O Instituto Aço Brasil e suas empresas associadas acreditam no diálogo entre os governos para restaurar o fluxo comercial de aço, com base na parceria de longa data entre os dois países. A taxação de 25% não é benéfica para nenhuma das partes”, afirmou o IAB em nota.
Setor de alumínio também se preocupa
A Associação Brasileira do Alumínio (Abal) manifestou apreensão com a nova tarifação, que pode chegar a 35%, dependendo de como será aplicada. A entidade alerta para dificuldades nas exportações e aumento da concorrência desleal no mercado brasileiro, já que fabricantes de outros países poderão redirecionar seus produtos para o Brasil.
“O Brasil tem condições de competir em mercados exigentes como o americano, mas essa sobretaxa compromete a competitividade dos nossos produtos”, declarou a Abal. A associação também defende medidas para fortalecer a proteção da indústria nacional contra impactos negativos do cenário global.
Minas Gerais entre os mais afetados
Minas Gerais, um dos maiores exportadores de aço do país, pode sentir fortemente os efeitos da medida. A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) acompanha a situação de perto, mas destaca que, por se tratar de uma taxação global, o impacto pode ser menos desequilibrado entre os países concorrentes.
O presidente da Fiemg, Flávio Roscoe, acredita que o Brasil pode encontrar uma vantagem competitiva no cenário, já que muitos produtos semiacabados brasileiros são finalizados nos Estados Unidos, em empresas ligadas a grupos brasileiros.
Fiesp critica decisão americana
A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) lamentou a decisão dos EUA, alertando para os impactos diretos sobre os exportadores brasileiros, que representaram 15% das importações siderúrgicas norte-americanas em 2024.
“O Brasil não representa uma ameaça comercial para os Estados Unidos. Nos últimos 20 anos, os americanos registraram superávit comercial com o Brasil em 16 ocasiões”, declarou a Fiesp. A federação espera que o bom histórico comercial entre os dois países contribua para uma solução rápida e equilibrada dentro das regras do comércio internacional.
com informações do Hoje em Dia