O deputado federal Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL-SP) solicitou formalmente ao Ministério das Comunicações explicações sobre o patrocínio milionário dos Correios à turnê do cantor Gilberto Gil. O valor do apoio cultural chegou a R$ 4 milhões, o que gerou críticas por parte do parlamentar, considerando especialmente a atual situação financeira da estatal.

No documento enviado à pasta, Orleans e Bragança pede o parecer técnico que fundamentou a decisão de investir recursos públicos no projeto. Segundo ele, é necessário entender os critérios adotados pela empresa pública para justificar tal investimento.
“O que estamos pedindo é uma cópia do parecer que sustentou essa decisão”, diz o requerimento protocolado na Câmara dos Deputados.
Correios em crise financeira
O parlamentar argumenta que os Correios enfrentam uma crise séria, com prejuízos acumulados superiores a R$ 2 bilhões, resultado, segundo ele, de má administração e denúncias de corrupção. Diante desse cenário, Orleans e Bragança defende que o foco da estatal deveria estar em reverter os danos operacionais, cumprir suas obrigações trabalhistas e manter a eficiência do serviço prestado à população.
“É preocupante ver uma empresa pública, que deveria estar lutando para recuperar sua estrutura e credibilidade, destinando milhões a projetos de retorno institucional duvidoso”, afirmou o deputado.
Pedido de transparência e possível uso político
Para o parlamentar, o uso de dinheiro público por empresas estatais deve seguir princípios como legalidade, moralidade, eficiência e interesse público. Ele cobra do Ministério das Comunicações os documentos que expliquem, de forma clara, a motivação do patrocínio à turnê.
Além disso, o pedido ocorre em meio a denúncias sobre o suposto uso político de empresas públicas. Membros da oposição vêm acusando o governo de usar estatais para beneficiar aliados ou projetos ideologicamente alinhados ao Palácio do Planalto.
Em novembro do ano passado, o deputado Delegado Caveira (PL-PA) já havia solicitado informações sobre as nomeações de Júlio Vicente Lopes e Maurício Marcellini para cargos estratégicos nos Correios. Ambos são alvo de investigações por gestão temerária e improbidade administrativa.
com Revista Oeste