O projeto arquitetônico foi criado buscando racionalização com economia de recursos humanos e materiais, além de melhorar a qualidade dos serviços, o controle das atividades e a eliminação de desperdícios. Orçado em R$ 38 milhões (R$ 28 milhões na obra e R$ 10 milhões em equipamentos), o hospital tem o Governo do Estado como parceiro, com investimentos de R$ 20 milhões.
Medidas ecológicas – O hospital terá baixo custeio, dadas as inovações que apresenta ao levar em conta a racionalização do uso de água e de energia, por exemplo, por ser todo horizontal, sem escadas, rampas e elevador. Serão dois sistemas hidráulicos, um para água potável e outro para as bacias sanitárias e expurgos. “Isso porque não se pode mais conceber empurrar dejetos com água potável”, justifica o arquiteto. A unidade terá também dois sistemas de esgoto, um chamado esgoto negro, que recebe fezes e dejetos, cuja carga irá para a rede pública de esgoto, e o que é chamado esgoto cinza, ou esgoto reciclável, alimentado pela água de chuveiros, lavatórios, pias e bebedouros. Essa água irá para uma caixa onde será recalcada, receberá uma tintura, que pode ser azul ou verde, para ser usada nas privadas e expurgos.
“Isso significa economia de 50% da água potável e produção de menos 50% de esgoto, economia para o hospital e menos poluição para a cidade”, explica Fiorentini. Haverá também caixas para estocamento da água de chuva para irrigação de jardins e lavagem das áreas externas. Estima-se economia de 20% de custeio na comparação com um hospital tradicional.
Enfermarias, corredores, salas de espera não precisarão de ar condicionado e iluminação artificial durante o dia. As telhas a serem usadas são conhecidas popularmente como “sanduíches”, com isolante térmico e acústico, o que reduz o calor. As janelas terão venezianas em PVC, o que permitirá o máximo aproveitamento da iluminação e ventilação naturais, quando abertas. “Janelas de vidro transformam a energia luminosa em calor”, ensina Fiorentini.
Nas unidades fechadas, onde é obrigatório o uso de ar condicionado, como UTI, berçário e centro cirúrgico, haverá aproveitamento do calor do aparelho para usos diversos, por meio de um sistema de bomba de calor. “Nosso ar condicionado é inteligente: de um lado ele resfriará o ambiente e do outro produzirá água quente, o que permitirá ao hospital ter água a 60º 24 horas por dia”, informa o secretário municipal de Saúde, Gladstone Rodrigues. Energia solar completará o sistema, o que pode ser importante para produção de água quente para cozinha e lavanderia, informa.
Diferentemente do que se vê tradicionalmente, o hospital será provido de sistema elétrico único, ao invés de dois, que, nesse caso, tem um para emergência. Esse sistema único poderá ser alimentado por geradores.
AGÊNCIA MINAS