A jovem Lívia Goulart Belmiro, de 16 anos, faleceu após procurar atendimento médico oito vezes em unidades de saúde de Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre. O caso chama atenção para possíveis falhas no atendimento, já que a estudante desenvolveu uma infecção generalizada provocada por uma apendicite que não foi diagnosticada a tempo.

Segundo informações, sete atendimentos aconteceram na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Liberty Dick Conter, popularmente conhecida como UPA Caçapava, e um na Unidade Básica de Saúde Santo Operário. Lívia foi internada no Hospital Nossa Senhora das Graças no dia 3 de abril, onde, finalmente, uma tomografia revelou o diagnóstico correto. Ela faleceu no dia 9 de abril, apenas seis dias após a internação.
Nas redes sociais, a mãe da adolescente, Jaqueline Goulart, compartilhou a dor da perda e criticou o atendimento recebido:
“Minha filha faleceu por negligência médica. Foram dias pavorosos. Como vou seguir agora?”, escreveu ela em 11 de abril.
Ministério Público abre investigação
O caso chegou ao Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) após o vereador Ezequiel Vargas Rodrigues (PL) protocolar uma denúncia na última quarta-feira (16). O caso está sendo apurado pela Promotoria Criminal de Canoas. Além disso, documentos apresentados pela família – contendo datas, horários e detalhes dos atendimentos – foram entregues à Comissão de Saúde da Câmara Municipal.
Conforme documentos médicos obtidos pela reportagem, Lívia foi atendida nos dias 12, 16, 19, 20, 21, 22, 27 e 31 de março. Em uma dessas idas, no dia 19, ela recebeu apenas medicamentos como dipirona e ibuprofeno. No dia seguinte, passou por uma ecografia do trato urinário. Já no final de março, as queixas se agravaram, incluindo dores persistentes e vômitos que se estendiam por mais de três semanas.
Em abril, a jovem conseguiu um leito hospitalar e passou por duas cirurgias, mas seu estado de saúde já era considerado gravíssimo e ela acabou não resistindo.
Prefeitura promete investigar
Por meio de uma nota oficial divulgada neste sábado, a Prefeitura de Canoas informou que instaurará um processo de sindicância para apurar o ocorrido:
“A Prefeitura de Canoas lamenta profundamente o ocorrido e informa que será aberto um processo de sindicância para averiguar os fatos, para que situações similares não se repitam.”
com informações do Portal Terra