Um estudo do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) indica que, em 2024, os brasileiros trabalharão até o dia 28 de maio apenas para pagar impostos. Isso significa que serão necessários 149 dias de trabalho para cobrir os tributos federais, estaduais e municipais, que consomem 40,71% da renda média dos trabalhadores.
No ano passado, eram 147 dias dedicados aos tributos, representando 40,27% da renda. Entre 2017 e 2019, essa média foi de 153 dias, mostrando uma leve redução recente. No entanto, a carga tributária mais do que dobrou desde os anos 1970, quando eram necessários 76 dias, e aumentou para 82 dias em 1986.
“Hoje, trabalhamos mais do que o dobro do que se trabalhava nos anos 70 para pagar esses tributos”, afirmou João Eloi Olenike, presidente-executivo do IBPT, ao jornal Gazeta do Povo.
Comparação Internacional
A pesquisa também compara o Brasil com outros países desenvolvidos. Na Noruega, Áustria, Finlândia e Bélgica, os cidadãos trabalham entre 155 e 162 dias para pagar impostos. Na Alemanha, são 143 dias, no Reino Unido, 129 dias, no Japão, 124 dias, e na Suíça, apenas 100 dias.
Olenike ressaltou que, embora o Brasil esteja entre os 30 países com maior carga tributária, o retorno para a população é insatisfatório.
“É preocupante que os aumentos recentes do ICMS, implementados em vários estados, não visem à melhoria da qualidade de vida dos cidadãos, mas sim a compensar perdas e manter a arrecadação”, avaliou Olenike. “Isso cria um ciclo vicioso, onde a população paga impostos altos sem receber os serviços públicos adequados, enquanto o governo luta para manter sua arrecadação.”