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Mortes por Covid em BH são o dobro das causadas por acidentes de trânsito

Em apenas três meses, a Covid-19 já provocou mais mortes em Belo Horizonte do que os acidentes de trânsito. O total de vidas perdidas pelo coronavírus é mais que o dobro das tragédias ocorridas nas ruas e avenidas da capital. Os números, alertam as autoridades de saúde, reforçam a importância das medidas de proteção, principalmente o isolamento social.

Infectologistas alertam que é imprescindível manter o distanciamento social, a higiene das mãos e o uso de máscaras para conter o avanço da Covid-19 — Foto: PixabayInfectologistas alertam que é imprescindível manter o distanciamento social, a higiene das mãos e o uso de máscaras para conter o avanço da Covid-19 — Foto: Pixabay

A comparação foi feita a partir do cruzamento de dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) e da Secretaria Municipal de Saúde (SMSA). Se o cenário já assusta, será ainda mais alarmante em um curto período.

A comparação leva em conta somente as notificados feitas até junho. Nos primeiros seis meses deste ano, 53 óbitos foram registrados após batidas, atropelamentos e capotagens em BH. Já o vírus respiratório deixou 136 mortes na metrópole – a primeira foi em 29 de março, de uma mulher de 82 anos.

Na ponta do lápis, o número é 156% maior. Atualmente, devido ao pico da pandemia, os óbitos passam de 500 em Belo Horizonte.

Notificações

“A gente não tinha antes o novo coronavírus. Essa situação passou a existir agora e é uma pandemia exatamente porque a gente tem uma quantidade muito maior de quadros de SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave)”, pondera o infectologista Sidnei Rodrigues.

O especialista também lembra que, pelo menos no início da pandemia, muitos respeitaram o isolamento social, evitando transitar por rodovias, o que também pode ter contribuído.

“Belo Horizonte, Contagem, região metropolitana e as cidades maiores do interior obedeceram de forma bastante consistente, o que fez com que diminuísse a quantidade de pessoas viajando de carro de passeio, de ônibus e em motocicletas. Com isso, as estradas estiveram mais vazias e houve menos mortes”.

Cuidado

Integrante do Comitê de Enfrentamento à Covid-19 em BH, o também infectologista Unaí Tupinambás pondera que o quadro atual confirma os riscos. “Ainda estamos em uma situação muito complexa, não é momento de a população se desmobilizar”.

O médico reforça que é preciso manter o distanciamento social, evitar aglomerações e continuar usando máscaras. “Estamos no pico em Belo Horizonte e com sinais de que começamos a descer a ‘montanha’. Mas, mesmo depois de a transmissão da Covid começar a se reduzir no nosso meio, devemos manter esses cuidados”, adverte.

Perfil

Dos 136 mortos por Covid-19 em Belo Horizonte até 30 de junho, 69 eram homens e 67, mulheres. Segundo dados da PBH, 100% das vítimas apresentavam pelo menos um fator de risco ou comorbidade.

Em Minas, foram confirmados até junho 965 óbitos por Covid-19 e 819 em acidentes de trânsito. Levantamentos da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam o Brasil como o quinto país, entre 179 pesquisados, que registra mais óbitos no trânsito.

Com Hoje em Dia



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