Um sequenciador de DNA vai auxiliar na identificação de 30 fragmentos de corpos de vítimas do rompimento da barragem de Brumadinho, na região metropolitana, após terem sido esgotadas todas as possibilidades com a tecnologia disponível atualmente no Instituto Médico-Legal (IML) de Belo Horizonte. Importado, o equipamento foi doado ao IML pela Vale, após acordo da mineradora com o Ministério Público de Minas. O Ilumina, como o aparelho é chamado, deve ser entregue até o dia 15, dez dias antes de a tragédia completar seis meses. Trâmites da importação atrasaram a entrega, segundo o IML.

Foto: Moisés Silva - 25.1.2019/ Vítimas. Rompimento de barragem em Brumadinho deixou até o momento 247 mortos e 23 desaparecidos

Dos 270 desaparecidos no desastre, 247 já foram localizados e identificados. Atualmente, são 137 segmentos corpóreos em análise no IML e no Instituto de Criminalística. Desses, 30 não conseguiram ser identificados. Outros 30 são fragmentos de pessoas previamente identificadas e já sepultadas, mas que requerem confirmação. Outros 77 fragmentos ainda aguardam identificação”, informou o médico-legista Thales Bittencourt, superintendente de polícia tecnocientífica da Civil. “Análises preliminares não apontam para indivíduos novos. Só podemos afirmar após a análise de todas essas amostras de DNA”, diz.

Robô

Outro equipamento adquirido pelo IML, um braço robótico conhecido por Biomek I5, também auxilia na identificação das vítimas. O aparelho é uma estação robotizada que manuseia material biológico com velocidade e precisão nas análises de DNA. Peritos estão em fase final de treinamento.

Onze horas de trabalho em corpo

Depois de 11 horas de trabalho, o Instituto Médico-Legal (IML) de BH conseguiu identificar, na última quinta-feira (4), o corpo do chefe de almoxarifado Carlos Roberto Pereira, 62, uma das vítimas do rompimento da barragem I da mina de Córrego de Feijão, em Brumadinho, na região metropolitana.

A identificação ocorreu por meio da arcada dentária. Embora o corpo da vítima, localizada em uma profundidade de nove metros pelos bombeiros, estivesse preservado, a falta das pontas dos dedos impediu a coleta das impressões digitais.

Segundo o médico, o corpo estava bem conservado devido à saponificação – quando há grande concentração de minério, o que ajuda a conservar os restos mortais.

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Com Estado De Minas