Menu

  1. Cidades
  2. Polícia
  3. Política
  4. Esportes

Oportunidades

Confira as vagas de trabalho disponíveis no SINE Sete Lagoas

Confira as vagas de trabalho disponíveis no SINE Sete Lagoas

O atendimento para intermediação de mão de obra (vagas de emprego) será realizado somente através de agendamento ...

Saúde e Bem-estar

Campanha de vacinação contra a poliomielite é prorrogada até 30 de junho em Sete Lagoas

Campanha de vacinação contra a poliomielite é prorrogada até 30 de junho em Sete Lagoas

A Prefeitura de Sete Lagoas, em consonância com o Ministério da Saúde, prorrogou a Campanha Nacional de Vacinação c...

Álcool é cancerígeno: veja quais são as doenças associados à bebida

Álcool é cancerígeno: veja quais são as doenças associados à bebida

A Escola de Saúde Pública de Havard, em uma publicação especializada sobre o câncer, faz um alerta para o uso de á...

Camilo Ferreira Botelho Castelo Branco Vida e Obra (16/03/1825 — †01 06/1890)

Camilo Ferreira Botelho Castelo Branco (16/03/1825 — †01 06/1890) foi um escritor português. Camilo foi romancista português, além de cronista, crítico, dramaturgo, historiador, poeta e tradutor.

Teve uma vida atribulada que lhe serviu muitas vezes de inspiração para as suas novelas. Foi o primeiro escritor de língua portuguesa a viver exclusivamente dos seus escritos literários. Apesar de ter de escrever para um público, sujeitando-se assim aos ditames da moda, conseguiu ter uma escrita muito original.



Biografia

Camilo Castelo Branco teve uma vida atribulada, passional e impulsiva. Uma vida tipicamente romântica.

Camilo Castelo Branco, primeiro visconde de Correia Botelho, nasceu em Lisboa, no Largo do Carmo, a 16 de Março de 1825.

De uma família da aristocracia de província, era filho de Manuel Joaquim Botelho Castelo Branco, nascido na casa dos Correia Botelho em 1778, que teve uma vida errante entre Vila Real, Viseu e Lisboa, tomando-se de amores por Jacinta Rosa do Espírito Santo Ferreira, com quem não casou, mas de quem teve os seus dois filhos. Camilo foi assim perfilhado por seu pai em 1829, como "filho de mãe incógnita".

Foi órfão de mãe quando tinha um ano de idade e de pai aos dez anos, o que lhe criou um carácter de eterno insatisfeito com a vida. Estando órfão, foi recebido por uma tia de Vila Real, e depois por uma irmã mais velha, Carolina Rita Botelho Castelo Branco, em Vilarinho de Samardã, em 1839, recebendo uma educação irregular através de dois padres de província.

Na sua adolescência formou-se lendo os clássicos portugueses e latinos, literatura eclesiástica e em contacto com a vida ao ar livre transmontana.

Com apenas dezasseis anos (1841), Camilo casa com Joaquina Pereira de França e instala-se em Friúme (Ribeira de Pena). O casamento precoce parece ter sido resultado de uma mera paixão juvenil, não tendo resistido muito tempo. No ano seguinte prepara-se para ingressar na Universidade, indo estudar com o Padre Manuel da Lixa, em Granja Velha.

O seu carácter instável e irrequieto leva-o a amores tumultuosos (Patrícia Emília, a freira Isabel Cândida).

Ainda a viver com Patrícia Emília de Barros, Camilo publicou n'O Nacional, correspondências contra José Cabral Teixeira de Morais, governador civil. Devido a esta desavença é espancado pelo «Olhos-de-Boi», capanga do governador. As suas irreverentes correspondências jornalísticas valeram-lhe, em 1848, nova agressão a cargo de Caçadores 3. Camilo abandona Patrícia nesse mesmo ano, fugindo para casa da irmã, residente agora em Covas do Douro.

Camilo tenta então o curso de Medicina no Porto que não conclui, optando depois por Direito. A partir de 1848 faz uma vida de boémia repleta de paixões, repartindo o seu tempo entre os cafés e os salões burgueses, dedicando-se entretanto ao jornalismo.

Apaixona-se por Ana Plácido, e quando esta se casa, tem, de 1850 a 1852, uma crise de misticismo, chegando a frequentar o seminário que depois abandona. Ana Plácido tornara-se mulher de um negociante de seu nome, Pinheiro Alves, um brasileiro que o inspira como personagem em algumas das suas novelas, muitas vezes com carácter depreciativo. Seduz e rapta Ana Plácido e, depois de algum tempo a monte, são capturados pelas autoridades e depois julgados. Naquela época o caso emocionou a opinião pública pelo seu conteúdo tipicamente romântico do amor contrariado, que se ergue à revelia das convenções e imposições sociais. Presos na cadeia da relação do Porto, escreveu Memórias do Cárcere, tendo conhecido o famoso delinquente Zé do Telhado. Depois de absolvidos do crime de adultério, Camilo e Ana Plácido passam a viver juntos, contando ele trinta e oito anos de idade.

Entretanto, Ana Plácido tem um filho, teoricamente do seu antigo marido, ao que se somam mais dois de Camilo. Com uma família tão numerosa para sustentar Camilo vai escrever a um ritmo alucinante.

Quando o ex-marido de Ana Plácido, falece em 1863, o casal vai viver para a sua casa, em São Miguel de Seide.
Em 1870 vai viver para Vila do Conde motivado por problemas de saúde, aí se mantendo até 1871. Foi em Vila do Conde que escreveu a peça de teatro "O Condenado", bem como inúmeros poemas, crónicas, artigos de opinião e traduções. A peça "O Condenado" é representada no Porto em 1871. Outras obras de Camilo estão associadas a Vila do Conde. Na obra "A Filha do Arcediago", relata a passagem de uma noite do Arcediago com um exército numa estalagem, conhecida pela Estalagem das Pulgas. Essa estalagem pertencera outrora ao Mosteiro de São Simão da Junqueira, e situa-se no lugar Casal de Pedro, freguesia da Junqueira. Camilo dedicou ainda o romance "A Engeitada” a um ilustre vilacondense seu conhecido, o Dr. Manuel Costa.
Em 1885 é-lhe concedido o título de visconde de Correia Botelho e posteriormente, a 9 de Março de 1888 casa-se finalmente com Ana Plácido.

Camilo passa os últimos anos da sua vida ao lado de Ana Plácido, não encontrando a estabilidade emocional por que ansiava. As dificuldades financeiras, e os filhos dão-lhe enormes preocupações: considera Nuno irresponsável e Jorge sofre de uma doença mental.

A progressiva e crescente cegueira (causada pela sífilis), impede Camilo de ler e de trabalhar capazmente, o que o mergulha num enorme desespero.

Camilo Castelo Branco, depois da consulta a um oftalmologista que lhe confirmara a gravidade do seu estado, em desespero desfere um tiro de revólver na têmpora direita, ás 15h15 de 1 de Junho de 1890, acabando por morrer às 17h00 desse mesmo dia.



Pseudónimos

Entre 1851 e 1890, e durante quase 40 anos, escreveu mais de duzentas e sessenta obras, com a média superior a 6 por ano, redigidas à pena, logo sem qualquer ajuda mecânica. Prolífico e fecundo escritor deixa obras de referencia na literatura lusitana.

Apesar de toda essa fecundidade, Camilo Ferreira Botelho Castelo Branco, não permitiu que a intensa produção prejudicasse a sua beleza idiomática ou mesmo a dimensão do seu vernáculo, transformando-o numa das maiores expressões artísticas e a sua figura num mestre da língua portuguesa. De entre os vários romances, deixou um legado enorme de textos inéditos, comédias, folhetins, poesias, ensaios, prefácios, traduções e cartas – tudo com assinatura própria ou os menos conhecidos pseudónimos tais como:

    * Manoel Coco
    * Saragoçano
    * A.E.I.O.U.Y
    * Árqui-Zero
    * Anastácio das Lombrigas[1]



Camilo: Realismo ou Romantismo?

    Este artigo ou secção não cita as suas fontes ou referências (desde Fevereiro de 2008)
Ajude a melhorar este artigo providenciando fontes fiáveis e independentes, inserindo-as no corpo do texto ou em notas de rodapé.     

Terá sido Camilo Castelo Branco, Realista ou Romântico? A sua obra é predominantemente romântica isso parece incontestável, no entanto não o é totalmente.

Camilo gostaria de se situar acima das escolas literárias. No entanto os modelos clássicos vão ter sempre peso na sua produção literária, mas, também se deixa impressionar pela literatura misteriosa e macabra de Ann Radcliffe. Foi imensamente influenciado por Almeida Garrett, no entanto a fidelidade à linguagem e aos costumes populares ao cheiro do torrão (como aponta Jacinto do Prado Coelho) vão permanecer como uma das suas maiores qualidades. A Crítica tem apontado que se por um lado Camilo nos enredos das suas novelas, com as suas peripécias mais ou menos rocambolescas, está claramente numa filiação romântica por outro lado nas explicações psicológicas, na maneira como analisa os sentimentos e acções das personagens, pelas justificações e explicações dos acontecimentos, pela crítica a determinado tipo de educação, não pode ser considerado simplesmente como romântico.

Jacinto do Prado Coelho considera-o “ideologicamente flutuante, Camilo mantém-se um narrador de histórias românticas ou romanescas com lances empolgantes e situações humanas comoventes” e também diz que “O romantismo de Camilo é um romantismo em boa parte dominado, contido, classicizado”, e que há ao “lado do seu alto idealismo romântico a viril contenção da prosa, um bom-senso ligado às tradições e a certo cânones clássicos, um realismo sui generis, de vocação pessoal que parece na razão directa da autenticidade do seu romantismo.

Eça de Queiroz publica a primeira versão de O Crime do Padre Amaro, já depois da sua exposição nas Conferências do Casino acerca do Realismo como nova expressão da arte. Isso faz com que Camilo, de certa maneira sentindo-se a perder terreno para o único prosador que lhe podia ser rival, envereda em duas novelas Eusébio Macário e A Brasileira de Prazins por tentar ser mais realista. E o que é que é mais extremado que o Realismo? O Naturalismo. O resultado é de um certo efeito cómico porque Camilo, com a sua maneira de escrever particular, não se contém e acaba por fazer uma paródia do Naturalismo.

No prefácio de Eusébio Macário, Camilo afirma que não tentou ridicularizar a escola Realista, e alega que: “tenho sido realista sem o saber. Nada me impede de continuar”, e ainda que “Eu não conhecia Zola; foi uma pessoa da minha família que me fez compreender a escola com duas palavras: “É a tua velha escola com uma adjectivação de casta estrangeira, e uma profusão de ciência (...) Além disso tens de pôr a fisiologia onde os românticos punham a sentimentalidade: derivar a moral das bossas, e subordinar à fatalidade o que, pelos velhos processos, se imputava à educação e à responsabilidade” compreendi e achei eu, há vinte e cinco anos, já assim pensava, quando Balzac tinha em mim o mais inábil dos discípulos.”

Portanto: Camilo tenta apanhar o comboio da nova escola Realista, e fá-lo de uma maneira que não é isenta de chacota.



Temas recorrentes em Camilo

    * a bastardia
    * a orfandade
    * os direitos do coração por oposição às convenções sociais
    * as relações familiares
    * o sentido metafísico de raiz cristão
    * o anticlericalismo



Obras

    * Anátema (1851)
    * Mistérios de Lisboa (1854)
    * A Filha do Arcediago (1854) (eBook)

    * Livro negro de Padre Dinis (1855)
    * A Neta do Arcediago (1856)
    * Onde Está a Felicidade? (1856)
    * Um Homem de Brios (1856)
    * Lágrimas Abençoadas (1857) (eBook)

    * Cenas da Foz (1857) (eBook)

    * Carlota Ângela (1858) (eBook)

    * Vingança (1858)
    * O Que Fazem Mulheres (1858)
    * O Morgado de Fafe em Lisboa (Teatro, 1861)
    * Doze Casamentos Felizes (1861)
    * O Romance de um Homem Rico (1861)
    * As Três Irmãs (1862)
    * Amor de Perdição (1862) (eBook)

    * Mamórias do Carcere (1862)
    * Coisas Espantosas (1862)
    * Coração, Cabeça e Estômago (1862)
    * Estrelas Funestas (1862)
    * Anos de Prosa (1863) (eBook)

    * Aventuras de Basílio Fernandes Enxertado (1863)
    * O Bem e o Mal (1863)
    * Estrelas Propícias (1863)
    * Memórias de Guilherme do Amaral (1863)
    * Agulha em Palheiro (1863)
    * Amor de Salvação (1864) (eBook)

    * A Filha do Doutor Negro (1864)
    * Vinte Horas de Liteira (1864)
    * O Esqueleto (1865)
    * A Sereia (1865)
    * A Enjeitada (1866)
    * O Judeu (1866)
    * O Olho de Vidro (1866) (eBook)

    * A Queda dum Anjo (1866) (eBook)

    * O Santo da Montanha (1866)
    * A Bruxa do Monte Córdova (1867)
    * A doida do Candal (1867)
    * Os Mistérios de Fafe (1868)
    * O Retrato de Ricardina (1868)
    * Os Brilhantes do Brasileiro (1869)
    * A Mulher Fatal (1870)
    * O Regicida (1874) (eBook)

    * A Filha do Regicida (1875)
    * A Caveira da Mártir (1876)
    * Novelas do Minho (1875-1877) (eBook)

    * Eusébio Macário (1879)
    * A Corja (1880)
    * A Brasileira de Prazins (1882)
    * A Infanta Capelista (1872) (conhecem-se apenas 3 exemplares deste romance porque D.Pedro II pediu a Camilo para não o publicar, uma vez que versava sobre um familiar da Família Real Portuguesa e da Família Imperial Brasileira)