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Esgoto contamina água da Lagoa do Cercadinho

Na intercessão da Rua Floripes Guimarães Cotta com Manoel da Nóbrega, um bueiro vaza pelo asfalto. A água, com forte cheiro de esgoto, escorre pela rua por alguns centímetros e cai em uma boca de lobo, que faz parte da rede de escoamento da rede pluvial. Segundo a empregada doméstica Maria Helena Rocha, que passa quase todos os dias pelo local, desde a semana passada o esgoto esta vazando e nenhuma providência foi tomada. “Isso acontece sempre, direto este bueiro entope. Fica um tempo normal e depois vaza de novo”, explica.

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A menos de 100 metros do vazamento o esgoto cai na Lagoa do Cercadinho, onde muitas pessoas pescam, apesar da proibição da prefeitura. A maioria dos pescadores se concentra próximo a manilha de onde o esgoto cai na lagoa. No local é mais fácil de se encontrar peixes, pois a água de esgoto carrega muita matéria orgânica e isso faz com que os peixes se concentrem em busca de alimento. Porém o esgoto também carrega muitas bactérias e outros organismos causadores de doenças.

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Alheio aos problemas e aos riscos de saúde, Laurindo Ricardo pesca ao lado da manilha por onde escorre o esgoto, ele diz que é a segunda vez que pesca na Lagoa do Cercadinho. “Não sabia que era esgoto não. Eu tinha sentido o mau cheiro, mas achei que era de alguma fábrica. Deve ser perigoso não é?”, pergunta o aposentado enquanto continua pescando. No lugar não só o forte cheiro incomoda, mas também é possível perceber que a água possui uma coloração bastante esverdeada.

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De acordo com o texto “Sistemas Urbanos de Drenagem” do professor Antonio Cardoso Neto e publicado na página da Agência Nacional de Águas, as águas decorrentes das chuvas, devem ser escoadas pelas ruas desembocando em uma tubulação própria para seu escoamento, obedecendo a critérios éticos e econômicos. E que, de forma gera,l as águas pluviais devem ser lançadas em cursos de água naturais ou até mesmo em lagos. O texto também alerta que “Os problemas de controle de poluição diretamente relacionados à drenagem urbana têm sua origem na deterioração da qualidade dos cursos receptores das águas pluviais”.

O SAAE informou que uma equipe de manutenção já esta no local, fazendo a troca emergencial de um trecho de aproximadamente 30 metros da rede de esgoto, para solucionar o problema. Ainda de acordo com a autarquia esta troca já estava em seu cronograma, que inclui a troca de boa parte da rede de esgoto daquela área. 

Segundo a equipe que vistoriou o local, o provável motivo do problema é o escoamento pluvial incorreto das residências, que direcionam as águas das chuvas para a rede de esgoto, causando uma sobrecarga do sistema. A assessoria de comunicação do SAAE também informou que, para diminuir a ocorrência deste tipo de problema será providenciada a fiscalização das redes de escoamento das residências.

Por Felipe Castanheira
Fotos: Túlio Thales