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Polícia Civil deflagra operação contra organização criminosa que extorquiu R$ 24 milhões com falsos namoros virtuais

A Polícia Civil deflagrou a Operação Anteros na manhã desta terça-feira (15) em diversos estados do país. De acordo com a corporação, as investigações identificaram uma organização especializada em fraudes pela internet em que os criminosos utilizavam perfis falsos maliciosos para aplicar golpes. Foram identificadas 437 vítimas e um prejuízo estimado em mais de R$ 24 milhões. Na região de Presidente Prudente (SP), foram 12 vítimas ouvidas formalmente.

Operação Anteros teve início na manhã desta terça-feira (15). Foto: Polícia CivilOperação Anteros teve início na manhã desta terça-feira (15). Foto: Polícia Civil

Até às 17h desta terça-feira (15), foram cumpridos 210 mandados de busca e apreensão, 104 de prisão e um flagrante por tráfico de drogas, com 11,5 quilos de cocaína. Também foram apreendidos aproximadamente R$ 2 milhões e 12 veículos.

Das 104 pessoas presas, 99 foram em São Paulo e grande São Paulo, uma no Paraná, duas em Roraima, uma no Ceará e uma em Santa Catarina.

Ainda segundo a polícia, a Operação Anteros é uma fase que teve origem com a Operação Voo de Ícaro, que teve o objetivo de desarticular uma organização criminosa que atuava em estabelecimentos prisionais com a entrega de materiais com drones, no ano de 2019. Com a análise de celulares de presos naquela ação, foi identificada uma "farta movimentação bancária", que motivou uma nova etapa investigativa.

"Com o uso de ferramentas de inteligência e investigação formal, que perdurou por mais de 1 ano, os investigadores descobriram uma complexa organização criminosa que possui tentáculos em diversos países e grande atuação no Brasil", informou a corporação.

A polícia explicou que os criminosas eram conhecidos como "romance scammers", especialistas em fraudes na internet com o uso de perfis falsos para cooptar as vítimas. Eles extorquiam as pessoas e com os valores recebidos faziam a lavagem de capitais. O esquema foi identificado em, ao menos, 24 Estados do país.

Ainda de acordo com a corporação, o grupo criminoso, formado na maioria por nigerianos, é conhecido mundialmente como “Yahoo Boys”.

Os crimes eram cometidos através de redes sociais ou por aplicativos de namoros virtuais. Os criminosos enviavam solicitação de amizade a potenciais vítimas, em especial funcionários públicos, idosos, independente do sexo. "Porém, todas elas detentoras de faixa salarial que demonstrava poder aquisitivo superior, características identificadas por pesquisas em redes abertas, como por exemplo, as redes sociais", salientou a polícia.

Após contatos iniciais de amizade, “sempre sutis e de diálogo convincente”, tinha início o “namoro virtual”. Aos poucos, grande parte das vítimas acabava por enviar fotos ou vídeos íntimos que, posteriormente, eram utilizados na extorsão.

Outro exemplo é o chamado “fakelover”, denominação dada pela investigação ao núcleo que mantinha os contatos diretamente com as vítimas, cujo autor declarava morar no exterior e informava que recebeu uma herança e precisava enviar para o Brasil, incentivando a vítima a ajudá-lo com promessa de vantagem, descreveu a Polícia Civil.

O golpes pediam para que a vítima recebesse o material em sua residência. Contudo, quando o suposto material “chegava” ao Brasil, outra pessoa se passando por funcionário da alfândega contatava à vítima e informava que, por se tratar de material cujo ingresso no país necessitava do pagamento de impostos, precisava da quitação do imposto de importação, mas que por um valor menor conseguia a liberação do material.

A vítima acaba por realizar esse pagamento e marcava a data da retirada do produto. Nessa data, novamente recebia ligação informando que para a liberação o valor era em dólares e a vítima havia depositado em moeda brasileira, necessitando de complementação. Havia ainda outras desculpas como taxas de diplomacia, taxas de transporte de valores, entre outros.

Mesmo realizando todos os depósitos solicitados, a vítima não conseguia a liberação do material. “Ao insistir que queria o produto ou iria denunciar a polícia, por vezes, os criminosos consumavam outro crime, ao informarem que a vítima havia caído em um golpe, ameaçam que se denunciasse às autoridades teria suas fotos comprometedoras divulgadas em redes sociais. E, dessa forma, exigia ainda mais valores para a não consumação”, salientou a corporação.

Esse tipo de crime, segundo os investigadores ocorre desde 2014, contudo muitas vítimas por vergonha, constrangimento e medo acabaram não denunciando o fato para a polícia.

A Polícia Civil conseguiu demonstrar como a organização criminosa era estruturada:

Fakelover: responsável por contatar as potenciais vítimas.

Oficial: se passava por funcionário da alfândega, diplomatas e outros

Recrutadores de contas/operadores: aqueles que repassavam o dinheiro rapidamente entre várias contas, após o depósito, dificultando o rastreamento.

Correntistas: recebiam de 7% a 10% dos valores arrecadados somente para emprestar sua conta corrente e fomentar a operacionalização, proporcionando o aumento crescente dos crimes, como eixo necessário de um mesmo mecanismo.

Agentes da lavagem de capitais: tinham a finalidade é “esquentar”, ou seja, tornar o dinheiro ilegal em lícitos imóveis.

Durante as investigações foram identificadas 437 vítimas que registraram ocorrência dessa mesma natureza criminal e que tiveram prejuízo superior aos R$ 24 milhões. Em todos os Estados da Federação, contando as subnotificações, os números superam 2 mil vítimas que tiveram um prejuízo estimado, nos últimos três anos, de R$ 250 milhões movimentados por essa organização criminosa.

A Polícia Civil, além de determinar o indiciamento de 210 pessoas, representou pelas medidas cautelares, com parecer favorável do Ministério Público do Estado de São Paulo e deliberação convergente do Poder Judiciário, pela decretação de 181 mandados de prisões preventivas, 216 mandados de busca e apreensão e o sequestro de R$ 5 milhões, entre bens móveis e imóveis, além do bloqueio e também sequestro bancário de 329 contas, de pessoas físicas e jurídicas, “visando afastar a continuidade dos delitos, protegendo as vítimas iminentes, bem como na tentativa de recuperação e devolução dos valores desviados”.

A Operação Anteros foi deflagrada por intermédio da Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic) de Presidente Prudente. A Polícia Civil explicou que o nome escolhido foi em "respeito ao sentimento das vítimas". "Na mitologia grega, Anteros é o deus do amor retribuído, literalmente "amor devolvido" ou "contra-amor" e também punidor daqueles que desprezam o amor e os avanços de outros ou o vingador do amor não correspondido. É o Deus da desilusão, ordens, manipulação", informou a corporação.

Com Portal G1



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