Filha de Lívvia Bicalho disse à PM que a mãe era perseguida pelo ex
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Poucas horas antes de a cantora e influenciadora digital Lívvia Bicalho ser encontrada morta em João Monlevade, a 114 km de Belo Horizonte, a filha dela, de 19 anos, relatou à polícia que a mãe estava sendo perseguida pelo ex-namorado, Rafael Ribeiro Pinto, de 39 anos.
A informação está registrada em um boletim de ocorrência da PM (Polícia Militar) ao qual a reportagem teve acesso. O documento é o mesmo que registra o contato que Lívvia, de 37 anos, fez com a corporação para relatar que temia que Raafel Ribeiro Pinto fizesse algo contra ela.
Segundo o registro policial, Lívvia acionou os militares por volta das 11 horas da última quinta-feira (21). Ela chorava e pedia para ser recebida pelos policiais, dizendo que estava em frente à sede da PM.
No entanto, segundo o boletim de ocorrência, a mulher estava, na verdade, em frente ao presídio da cidade e foi aconselhada ir até o quartel.
Neste momento quem apareceu no quartel foi a filha da Lívvia, uma jovem de 19 anos. Segundo o relato, a jovem afirmou que a mãe vinha sendo perseguida pelo ex-companheiro, mas não queria que a polícia fosse até a casa dela. O documento não indica o motivo.
Momentos depois, Lívvia fez novo contato com a PM, pelo 190, e informou que estava em um posto, onde os policiais a encontraram.
A influenciadora digital relatou que havia se desentendido com Rafael Ribeiro Pinto e ele havia dado a ela 45 horas para retirar os pertences dela do apartamento dela. A cantora afirmou que não havia sido agredida.
Ainda de acordo com o boletim de ocorrência, os policiais se colocaram à disposição para acompahá-la no apartamento e ela disse que só conseguiria um caminhão de mudanças para o dia 26 de abril. Então ela foi orientada a ir para casa de uma amiga e não fazer contato com Pinto.
No apartamento
Segundo os militares, os policiais foram até a casa do ex-namorado de Lívvia para colher as versões dele sobre o fato e encontraram a contora no local.
Neste momento, ela teria negado que acionou a PM. Mesmo assim, os agentes pediram que os dois descessem na entrada do prédio para repassar as informações. Apenas Lívvia saiu na rua. De acordo com o registro, Pinto falou com os policiais por trás de um portão fechado.
Lívvia teria dito que estava lá para buscar algumas roupas e, em seguida, ir para a casa da amiga. Ela voltou para dentro do apartamento sem registrar a denúncia contra o ex-companheiro.
Mais tarde, a polícia e encontrou Lívvia e Rafael Ribeiro Pinto mortos no apartamento, vítimas de tiros. Pinto estava com uma arma de fogo na mão, o que levou a polícia a indicar que a principal hipótese seja de feminicídio seguido de suicídio. A Polícia Civil investiga o caso.
Mulher alegre
A reportagem conversou com o policial militar Alan Marmute, que teve um relacionamento com Lívvia antes de ela se envolver com Pinto.
O militar relata que em conversa telefônica com a inflenciadora um dia antes da morte ela disse a ela que não estava se sentido segura com o comportamento do novo namorado, mas não deu detalhes sobre que estaria causando medo.
— Nós e os amigos dela não temos dúvidas de que a Lívvia não era a mesma de um ano para cá, quando ela conheceu esse namorado. O comportamento dela mudou e ela começou a apresentar uma certa tristeza.
Marmute lembra que a cantora era reconhecida pela facilidade de interegir com todas as pessoas e de fazer amigos. Sempre animada, segundo o PM, ela gostava de ajudar quem precisasse e se envolver em causas sociais.
— A Lívvia era uma pessoa que, mesmo estando mal, figia estar bem para te ajudar. Ela, sem dúvida, era uma das pessoas mais alegres que já conheci até hoje.
Além de cantora, Lívvia Bicalho era influenciadora digital. De acordo com Marmute, ela pensava em deixar João Monlevade para viver em Ipatinga ou em São Paulo.
O corpo da influenciadora foi enterrado, nesta quinta-feira (22), em sua cidade natal, Nova Era, a 138 km de Belo Horizonte. Ela deixou dois filhos. Uma jovem de 19 anos e um garoto de 10 anos.
Com R7 Notícias