Prefeitura reconhece dívida de mais de R$ 4 milhões com Hospital Nossa Senhora das Graças
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A Secretaria Municipal de Saúde de Sete Lagoas reconheceu, por meio de um termo, a dívida com o Hospital Nossa Senhora das Graças (HNSG), que vem passando por dificuldades financeiras. O valor a ser pago é de R$4.229.217,59.
O superintendente da Instituição Nossa Senhora das Graças (INSG), Doutor Felipe Toledo, foi convidado a fazer uso da Tribuna da Câmara no dia 14 de julho, quando entregou aos vereadores um relatório circunstanciado a respeito da crise de recebimento do hospital com dados e números relativos ao caso.
Na segunda-feira (13), a Prefeitura já havia autorizado pagamento ao hospital no valor de R$580.627,85. O restante da dívida foi dividido em uma parcela de R$350 mil a ser quitada ainda em julho e mais 8 parcelas mensais de R$481.250,00 a serem pagas a partir de agosto deste ano.
O Hospital Nossa Senhora das Graças comemorou o que considera “um importante momento de esperança para a instituição, uma vez que a crise de recebimento comprometia e muito a sustentabilidade deste hospital centenário e de tamanha importância para Sete Lagoas e mais 35 municípios aqui atendidos”.
No entanto, além das dificuldades já enfrentadas pelo HNSG, segundo o superintendente há um contrato vigente entre a instituição e a prefeitura por prestação de serviços que superava R$ 3,6 milhões mensais até junho, quando a prefeitura redimensionou a prestação de serviços e reduziu o valor para pouco mais de R$ 3 milhões diante o momento de crise. Na oportunidade, o superintendente explicou que com o corte de R$ 600 mil mensais será preciso readequar a estrutura necessária à nova realidade imposta pelo contrato.
Durante a reunião, Dr. Felipe ainda falou sobre a importância de manter inalterado o contrato 0010/15 para que seja possível executar o que foi planejado no ano fiscal vigente. “A programação da prefeitura para pagamento da dívida prevê 8 meses para quitação. Esse dinheiro será usado para quitar débitos com fornecedores. Para condução correta deste processo, é indispensável contar com a pontualidade e compromisso da prefeitura”, enfatizou o gestor de Comunicação do hospital Túlio Fonseca.
Em entrevista no “Café com o Prefeito”, na semana que antecedeu o reconhecimento, o prefeito Marcio Reinaldo disse que o HNSG está na fila para morrer, “se a população de Sete Lagoas não abraçar o hospital, e ele não tiver uma política econômica à altura, não tem jeito, ele vai morrer mais cedo ou mais tarde.” O prefeito ainda disse que a prefeitura tem o dever de gastar 15% de sua receita com Saúde e já está gastando 32%, sendo assim já tem não mais de onde tirar.
O superintendente da Irmandade Nossa Senhora das Graças, Felipe Toledo, durante a reunião da Câmara Municipal, afirmou que hoje não há como a Irmandade sobreviver sem o SUS. O repasse da União continua acontecendo, o que está gerando problema são os repasses do Estado e da Prefeitura. Hoje a dívida do Estado é de quase R$1,1 milhão.
A administração do HNSG alertou que uma das consequências do novo contrato estabelecido pela Prefeitura será a redução de serviços do SUS através do HNSG e, consequentemente, o aumento da demanda para o Hospital Municipal Monsenhor D’amato que já se encontra com superlotação em diversos setores.
Por Cristiane Cândido